terça-feira, 1 de junho de 2010

Dr. Pedrinho


Já falei do meu sogro, de como ele acompanhava todos os "nossos" partos. Era um cara fora de série. Tinha um senso de humor muito fino. D. Odilza, minha sogra, é um anjo, isso dito por todos que a cercam inclusive os genros.
Era julho de 1977. Ele era o presidente da APAE, e estava em um desses encontros de trocas de experiência da entidade, em Serra Negra não muito longe de Taubaté onde morávamos, quando resolvemos ir lá buscá-los. Tínhamos um Fiat 147 e combinamos de sair bem cedinho, almoçarmos lá e voltarmos para dormir em casa. Não imaginávamos que eles para um encontro de três dias estavam com tanta bagagem. O fiatizinho estava entupido. Mala em tudo quanto é lugar. Na estrada, no meio das curvas, comentei com ele que tinha entendido o porque do nome da cidade quando ele soltou uma de suas pérolas e disse:
- Mas não tenha dúvida se te falarem que é uma estrada com uma paisagem maravilhosa, pode ir esperando uma pirambeira desgraçada. Mesma coisa se disserem que o clima é espetacular. Se prepare para tiritar de frio.
Vínhamos conversando sobre várias coisas, ele na frente comigo, Beá e Odilza atrás. Foi quando apareceu uma daquelas barracas de frutas de estrada e a sogra nos fez parar. Compramos frutas para um mês. Melância, abacaxi, ameixa e foi descendo tudo que via. O carro que já estava lotado ficou entupido. Continuamos a viagem quando apareceu uma barraca de flores e a D. Odilza falou:
- Pare que tem umas papoulas lindas ali!
Ele retrucou na hora:
- “Pa pou-las” aonde mulher?
Esse era o Pedrinho.

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