Já falei do meu sogro, de como ele acompanhava todos os "nossos" partos. Era um cara fora de série. Tinha um senso de humor muito fino. D. Odilza, minha sogra, é um anjo, isso dito por todos que a cercam inclusive os genros.
Era julho de 1977. Ele era o presidente da APAE, e estava em um desses encontros de trocas de experiência da entidade, em Serra Negra não muito longe de Taubaté onde morávamos, quando resolvemos ir lá buscá-los. Tínhamos um Fiat 147 e combinamos de sair bem cedinho, almoçarmos lá e voltarmos para dormir em casa. Não imaginávamos que eles para um encontro de três dias estavam com tanta bagagem. O fiatizinho estava entupido. Mala em tudo quanto é lugar. Na estrada, no meio das curvas, comentei com ele que tinha entendido o porque do nome da cidade quando ele soltou uma de suas pérolas e disse:
- Mas não tenha dúvida se te falarem que é uma estrada com uma paisagem maravilhosa, pode ir esperando uma pirambeira desgraçada. Mesma coisa se disserem que o clima é espetacular. Se prepare para tiritar de frio.
Vínhamos conversando sobre várias coisas, ele na frente comigo, Beá e Odilza atrás. Foi quando apareceu uma daquelas barracas de frutas de estrada e a sogra nos fez parar. Compramos frutas para um mês. Melância, abacaxi, ameixa e foi descendo tudo que via. O carro que já estava lotado ficou entupido. Continuamos a viagem quando apareceu uma barraca de flores e a D. Odilza falou:
- Pare que tem umas papoulas lindas ali!
Ele retrucou na hora:
- “Pa pou-las” aonde mulher?
Esse era o Pedrinho.
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