Logo que chegamos de Taubaté influenciados por Maria Lucia, minha irmã, montamos uma boutique de roupas femininas, a Mania. Eram Lenir, esposa do Tontonio, Maria Lucia e Beá de sócias. Maria Lucia que tocava. Ela era muito boa nesse negócio de moda e gostava. Promovia dois desfiles por ano que movimentava a cidade trazendo gente famosa de São Paulo e Rio como a Monique Evans e a Xuxa para desfilar.
O acontecido foi exatamente após um desses desfiles feito no Corumbaense. Tínhamos um caminhãozinho desses 3/4 e ele estava estacionado em frente a casa de mamãe que fica em frente ao clube, na contramão, aguardando o fim da festa para levar as roupas usadas no desfile para a casa da velha. Me chamaram no clube dizendo que tinham batido no caminhão e estava o maior rolo na porta. Corri para lá e quando cheguei a cena era a seguinte: o caminhão estacionado na contramão, um corcel del Rey batido de frente com ele, o nosso motorista trancado dentro da cabine e o do del rey querendo tirá-lo pela janela, completamente transtornado. Isso foi em 1985, eu tinha 35 anos e não tinha muito medo de cara valente. Cheguei no sujeito que estava querendo agredir o nosso motorista e tentei acalmá-lo. Era um cara grande de uns 40 a 45 anos, e por mais que eu tentasse conversar, ele não me ouvia e continuava com a mão pela janela, tentando bater no coitado do motorista, que nessa altura do campeonato já devia estar todo cagado de medo. Quando ele me escutou falando que já tinha chamado a policia e caso ele estivesse certo nós pagaríamos pelo conserto do carro dele que percebeu que eu era o dono do caminhão. Nesse momento toda sua ira se virou contra mim. Largou do motorista, colocou o dedo na minha cara e começou a gritar:
- Você vai pagar o conserto não vai? Fala logo porque se falar que não, vou te encher de porrada.
- Mas padricio, precisava bater no cara do major? Isso pode até complicar nossos negócios. Não “bodião” “conbersar”?
- Quem o senhor pensa que é, e quem pensa que nós somos, para invadir uma residência particular e vir aqui nos ameaçar. Falou isso com tanta raiva e determinação que só faltou o Major se esconder atrás de mim para escapar da fúria dela. Foi quando o Manara interferiu dizendo que ia "bagar tudo".
- Nós temos oficina que fará o serviço e ficara mais barato que contratar advogado. Depois um cacete desse vale alguma coisa, não?
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