Essa aconteceu esse ano. Guilherme e Beto estavam solteiros pois as piracicabanas tinham ido passar a semana santa com os pais e levaram as crianças. Eles ficaram escoteiros de tudo. Almoçavam e jantavam em casa todos os dias que não estavam na fazenda. No sábado convidei os dois para jantarmos fora. Falei que eles escolheriam o restaurante, mas tinha que ser algum novo, quando o Beto sugeriu um tal de Goham, japonês. Cai na besteira de perguntar o significado do nome e ele veio com a cara mais séria do mundo com a seguinte explicação, e eu e Beá, bestas, prestando a maior atenção.
- É o nome de um esporte japonês, tipo Sumô. Só que é uma corrida de uns sapos. É uma pista em curva e todos ficam em volta e fazem suas apostas e ficam gritando: Go rã, Go rã.
Depois de Guilherme querer agredi-lo pelo trocadilho besta, nos acomodamos em uma mesa, na calçada. Veio para nos atender um garçonzinho, magrinho, afro brasileiro (agora é assim que se fala), bem pernóstico, e com sotaque meio acariocado, sem nunca ter saído de Corumbá, falou:
- Entrem, sejam bem vindos, fiquem à vontade.
A mesa era na calçada, não dava para entrar. O Beto já deu uma virada de olho.
Sentamos e lá veio o carinha com o cardápio perguntando:
- Vão comer?
Beto respondeu:
- Beber também. Cerveja.
Aí o artista falou:
- QuatroS copos?
Prontamente respondido pelo Beto?
- QuatroS!
Fui chamar a atenção dele, que nunca se deve tirar sarro de garçons. Aí ele falou que o quatros estava certo e justificou:
- Se um que é um tem uns, como que quatro não vai ter quatros. Quisemos bater nele, quando chegou o garçom com o cardápio perguntando se estávamos a vontade. Quando o cara trouxe os pratos e falou pela décima vez o "fiquem a vontade", Beto começou a desabotoar a camisa e disse que achava que devíamos ficar só de cuecas pois não agüentava mais o garçom com o "fiquem a vontade" dele. Comi um tal de Sobá, que não gostei, mas não "sobou" também, sou que nem papai, tá pago não pode sobrar, mas a escolha deles, um yaquesoba, foi melhor, mas também não grande coisa, não sobrou também.
Japonês, não mais.
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