Entrei na Mecânica Pesada em agosto de 1974. Tinha 24 anos recém completos, um ano e meio de casado e uma filha de 6 meses. Hoje tenho certeza de que foi a melhor época da minha vida. Fiquei 10 anos e 4 meses e saí para trabalhar na empresa de meu pai e que se chamava Marinho e Cia Ltda. Mesmo assim eu passei uns 5 anos ainda dizendo que ia para a Mecânica Pesada quando saía para o serviço. Quando abri a minha construtora, a Marinho Engenharia, quis chamá-la de Marinho Engenharia e Projetos, só para a abreviação ser MEP também, que era como tratávamos carinhosamente a Mecânica Pesada. Entrei como engenheiro de cálculos e saí como chefe de departamento de Engenharia e Métodos. Participei da construção das maiores usinas hidroelétricas desse país, projetando seus equipamentos hidrodinâmicos. Foram, que eu me lembro, Itaipu, Paulo Affonso VI, Porto Primavera, Sobradinho, São Simão, Taquarucu, Rosana, Três Irmãos, Pedra do Cavalo, Emborcação e mais um lote de porte menor. Os clientes eram poucos, a CESP, CHESF, Itaipu Binacional, Furnas, CEMIG, CELG e mais alguma que devo estar esquecendo. Era um monte de equipamentos que estavam em várias partes da usina, como na tomada d'agua, casa de força, tubo de sucção ou vertedouro e ainda as eclusas, para permitir a navegação. Às vezes tinham até três usinas em projeto e com uma quantidade enorme de equipamentos. Era uma loucura. A Engenharia tinha umas quarenta pessoas entre calculistas, projetistas e desenhistas. Cada equipamento tinha um engenheiro responsável pela execução e aprovação do projeto. Lembro-me de todos eles e de suas características principais.
O Antonio Benedito Pereira, era o mais tranqüilo e um trator para trabalhar. Ideal para coisas de curto prazo. João Scherer, meu vizinho, muito detalhista. Bom para coisas complicadas. Luis Fernando, projetista de primeira e formou-se em engenharia depois. As coisas apertavam e ele ia para a prancheta (aquela mesa em que se desenhava antigamente, antes dos computadores). Tinha ainda o Rubinho e o Laércio Ferreira, que estavam começando quando eu já estava de saída, mas bons engenheiros e amigos.. Na área de cálculos tinha a d.Virgínia, esposa do Choulian, meu chefe, o Flavio Luis Ferreira, que eu levei para lá, pois era meu colega de classe na engenharia civil, a Michelle, filha do Karmazim, meu amigo francês, o Marco Antonio, que se formou e começou conosco, o Luis Antonio Bovo que foi meu aluno na faculdade de Taubaté e como foi o melhor da classe, levei-o para a MEP também e outros que a memória já está me pegando. Não posso esquecer do meu primeiro estagiário e subalterno direto, o Antonio Carlos Tonini, que depois se transformou em um grande calculista. Ele foi contratado na época do cálculo das pontes de 450 toneladas de Paulo Affonso IV. Eram as maiores do mundo. A primeira fase era o projeto do caminho de rolamento, o trilho fixo no concreto, que tinha que ser passado para o cliente com muita antecedência, pois interferia na parte civil, na construção da casa de força. Troquei as bolas e ao invés de uma medida que tinha 150 mm entrou nos cálculos como 150 cm. O erro foi visto a tempo, mas me deixou totalmente inseguro com o tamanho da merda que daria se ele tivesse passado. Convenci o Choulian de contratar um estagiário que verificaria todas as contas e então veio o Tonini. O cálculo de um equipamento tinha aproximadamente umas 500 folhas e devia ser feito de modo que o cliente pudesse analisá-lo e aprová-lo. Então, além de bem feito tinha que ser didático. O Tonini tinha que entender e corrigir as contas. Nunca vi ninguém aprender tanto e em tão pouco tempo, como nessa posição.
Com o cálculo era feito um ante projeto e este ia para a mesa do projetista, que tinha que desenhar aquilo tudo, verificando as interferências e detalhando cada peça que ia ser fabricada. Ali tínhamos verdadeiras feras e que conheciam tudo de projetos. O Romeu Gamberini, o Juan Garzon, Joaquim português, Nivaldo e vários outros. Não era a toa que a MEP era tida como a melhor empresa do ramo neste país.
As coisas foram muito bem até que começou a crise política. Colocaram o Delfim Neto para distribuir melhor a renda do país e ele começou pelos assalariados, tirando dos que tinham um pouco e passando para os que não tinham nada. Era o tal do achatamento salarial. Quem ganhava mais do que o equivalente a 5000 dólares, tinha um reajuste salarial de 80% do valor da inflação. Os que estavam de 4000 a 5000 o reajuste era de 85%, e assim ia até o salário mínimo que era de 130%, ou seja, aumentava dos miseráveis tirando dos pobres e remediados. Em pouquíssimo tempo fui passando de bem de vida, para remediado e rapidinho não tinha mais como pagar as prestações da minha casa na CEF. Foi a maior sacanagem que fizeram com a classe média assalariada desse país. Foi então que o útil uniu-se ao, não só agradável, mas necessário. Começamos a nos preparar para voltar para nossa Corumbá, encerrando uma fase importante da minha vida, a de engenheiro Mecânico. Tinha novos desafios pela frente.
Suas frases me trouxeram felicidade pois sou também filho da MEP e tenho muita saudade de todos e do impulso deste coração por toda minha carreira. Engº Eduardo Kruger Binotto - Est. MEP 1985. Binotto Oil & Gas- RS , Forte abraço a todos ai meus mestres.
ResponderExcluirMeu pai JORGE TIMOTEO DA SILVA Tambem trabalhou nessa empresa em meados 1973 a 1976tambem ate poucos anos do seu falecimento ainda lembrava com muito carinho de otima empresa. Caso tenha fotos favor compartilhar comigo. weidercav@hotmail.com
ResponderExcluirTambém trabalhei na MEP em 1990 e 1991. Lembro com carinho dessa época...depois veio o Color e tudo mudou por la...Abraco a todos. O Luis Antonio Bovo foi meu chefe na MEP e meu professor...ótima pessoa!
ResponderExcluirMoro em Curitiba-PR
Carla Estorilio
carlaegc@hotmail.com
boa tarde pessoal, vejo que aqui encontro gente da antiga Mecanica Pesada S.A.
ResponderExcluirtenho um motor que foi fabricado por essa empresa e estou encontrando muita dificuldade em encontrar um motor de partida para o mesmo.
Gostaria de saber se alguem pode me ajudar nessa jornada, me indicando alguma empresa que ainda faça a venda das peças para esse tipo de motor, nao importa o valor eu preciso do motor de partida.
caso alguem possa me ajudar favor entrar em contato pelo whats: 65 9944-9683 / Celular: 65 9983-4149 / Fixo: 65 3684-0400, se nao puder ligar mandar o seu contato no email: batistawalker2010@gmail.com que eu entro em contato com voces.
o motor ao qual me refiro e: tipo: V6V 16/18 ATL / ANO: 1974 / POTENCIA CV: 1080 / RPM: 1800 / ALT. BAROMETRICA: 736 / Nº FABRICAÇÃO: 5788 .(360209)
O MOTOR DE PARTIDA COMPATIVEL E:
BOSCH 15 KWTIPO: TE (R) 24V A 15KW
TENSAO: 24V
POTENCIA: 15KW
NUMERO DE DENTES: 14T
ESPERO QUE POSSAM ME AJUDAR, DESDE JA GRATO.
ATT: GAUCHINHO FERRO E AÇO
Bom Dia,
ResponderExcluirEstou precisando de uma ajuda pois preciso do email ou telefone da Mecanica Pesada, meu pai faleceu dentro desta empresa em 07.11.65. Tenho um irmao especial e o INSS suspendeu o pagamento pois querem documentos do meu pai, e eu não tenho nada pois nossa guarda na época ficou com terceiros após seu falecimento. Preciso só de um contato email ou telefone. Meu irmão está sem receber, e o INSS eta pedindo isso agora após 52 anos. Muito obrigada que Deus abencoe . Solange Vieira de Souza o nome do meu pai é Milton Oliviera de Souza irmão do Maurilio Oliviera de Souza que tambem trabalhava lá.
Solange me passe aqui o seu email que vou tentar te ajudar, as coisas por lá mudaram muito, a empresa é outra mas podemos tentar
ExcluirTambém trabalhei na MEP, no controle de qualidade de caldeiraria (corpos redondos), de 1973 a 1975 quando retornei para São Paulo, minha origem, para trabalhar noutra indústria do ramo. Quem me levou para a MEP foi o Carlos Fresh (natural de Rezende/RJ) que fazia inspeções em Vasos para Armazenamento de GLP os quais foram fabricados para a MEP noutra empresa onde trabalhei. Estes Vasos a MEP exportou para a Bolívia (Yancimientos Petroliferos Bolivianos) Linda e nostálgica lembrança. Também trabalhei com o Carlos Barbosa, Carlos Castilho, Carlos Fresh e outros. Há bastante pessoas sobre as quais teria muito a falar... Abraços a todos os contemporâneos. Meu nome é Jairo Manoel Batista, e hoje moro em Osasco/SP.
ResponderExcluir´Fazendo uma pesquisa para uma palestra que vou ministrar, acabei entrando aqui nesta página, tendo uma agradável surpresa, lembrando de fatos e pessoas também da minha época.
ResponderExcluirRecém formado, entrei na MEP em março de 1974 no Departamento de Engenharia de Fábrica (Eng. Gabriel) levado por um colega da FEG – Wilson Paulo Prota. Inicialmente fiquei na seção de Carga de Máquinas e Retrocessão com o Eng.Ferragut e depois na seção de Métodos e Processos de Usinagem com o Karmazim. Lembro que chegamos a trabalhar na definição do layout do novo setor de usinagem que estava sendo projetado para construção das grandes turbinas previstas para Itaipu.
Uma coisa que não esqueço da época era do Eng.Teixeira GRITANDO lá da sala dele, chamando alguém no esculacho, não importando o local onde a “vítima” estivesse no salão. Nessas horas a gente “disfarçava”, torcendo para ele não vir pro nosso lado.
Em agosto de 1975, acabei saindo junto com a turma que começou as atividades na CEC, nova empresa criada pelos estaleiros CCN, Emaq e Caneco em Niterói (RJ) para fabricação de escotilhas e equipamentos de convés que também eram fabricados pela MEP.
Dessa forma, eu voltando às minhas origens, e isso ocorreu graças a ajuda de um grande amigo, o Sr. Lucco Buzério que trabalhou comigo durante todo o período que estive na MEP.
gschaves@hotmail.com
Entrei nesse site por curiosidade. Estava assistindo uma postagem de uma peça gigante em um torno vertical, provavelmente na China. Ocorre q em 1985 visitei a Mecânica Pesada. Era uma viagem de fim do curso de técnico mecânico da Escola Técnica Tupy de Joinville . Não esqueço dos equipamentos q vi. Torno gigante, calandra gigante, tudo gigante. Visitamos várias empresas em São Paulo e Rio. Mas a que fomos melhor tratados foi na MP. Saudações a todos
ResponderExcluirEmbora fosse na época de uma empresa concorrente (a BSI em Sorocaba, com tecnolgia portuguesa - da Sorefame), tive sempre contato com pessoal da MEP, alguns mencionados na crónica como o Onik Choulian, o João Scherer, o Milton Akyiama e em 2019/2012 o Luis Fernando Prado, o Jell Andrade, o Luis Antônio Hercos, o Valério, o Pedro Paulo Oliveira e outros, não consigo saber pela foto, a identificação do autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBoa tarde trabalhei na empresa, quando escritório na Alameda Campinas não lembro o n, na época de dona Inês, Alba Regina Bardot, gostaria que vocês me ajudassem, pois preciso saber como posso anterior o contrato da época que trabalhei aí pois perdi todos os documentos, que serviriam para minha aposentadoria, meu nome e Sérgio Araujo de Amorim eu trabalhava de mensageiro meu n tel (11)980130162
ResponderExcluirOlá boa tarde me chamo Sérgio Araujo de amorim, também trabalhei na mep, época dona Inês e dona Alba, eu era office boi também tinha o vareta estou procurando um jeito de encontrar a mep para poder me aposentar você pode como posso encontrar, pois depois que sai tinha mudado a razão social
ExcluirFalamos com um contato que temos ainda lá em Taubaté e ela se prontificou a falar com você , documentação lá ela acha muito difícil pois mudou de dono mudou tudo , se quiser passar seu email/tel eu encaminho pra ela entrar em contato com você.
ResponderExcluirMuito feliz em ler estas postagens, me fez lembrar como foi bom trabalhar na Mep, trabalhei de 78 a 85, como inspetor de qualudafe, na area de usinagem pesada. Um grande abraço João da Silva, hoje em dia moro em Salmorão, ainda tenho amigos e comprade em Taubaté, comprade Leivinha , morei na vila da mecanica.
ResponderExcluirEmocionante lembrar da MEP , trabalhei como inspetor de Ultrassom de 1980 a 1990 , meu irmão Ademir Gonçalves também trabalhou como inspetor de LP.
ResponderExcluirÉramos subordinados ao Geraldo Piracaia,e Eng Fawzy.Melhor época da minha vida.
Meu pai também trabalhou na Mecânica Pesada até 1979, ENGENHEIRO CIVIL MARCELO ALVARENGA DE CARVALHO". Alguém ai lembra dele? Se tiver alguma história dele, eu gostaria muito de ouvir. cristianocc@bol.com.br 22 99771-5070. Obrigado
ResponderExcluirSeu pai era o seu Alvarenga
ExcluirConheceu meu pai?! Entre em contato -22- 99771-5070.
ExcluirEstou muito feliz por encontar está página. Sou filho do Engenheiro Mecânico ANTONIO CARMELO DE LIMA. A Mecânica Pesada e posteriormente a Alston foi importantíssima e motivo de orgulho para meu pai. Gratidão por essa história de trabalho e conquistas.
ResponderExcluirMeu pai trabalhou na mecânica pesada
ResponderExcluir1980 a 1996 época boa
Ele trabalhou na usinagem ,ajudou muito a mep
Estava pesquisando sobre essa empresa...MEP...
ResponderExcluirPois esses dias vamos buscar uma máquina que compramos em um leilão... Uma PLAINA LIMADORA ROCCO 1200...se alguém quiser posso postar fotos dela...pesa 5800 Kg
Se alguém tiver alguma lembrança dela e quiser compartilhar comigo ficarei Feliz.
Por puro acaso, estava eu hj contando ao meu filho a história de minha família com a Mecânica Pesada. Nos anos de 1958, até 1961, meu pai, Eduardo Caniato, trabalhou nessa empresa como mecânico especializado. Moramos, nesse tempo, na própria vila da MEP. Eram 40 casas distribuídas a alguns empregados trazidos de vários lugares. Nós de São Paulo, alguns diretamente da França. Tinha tb espanhóis, italianos e até uma família chinesa, Sr Francisco Wang, economista, que foi nosso vizinho e tornou-se com a família, grandes amigos de minha família.
ResponderExcluirA empresa nos proporcionava muitas atividades, como viagens a Ubatuba, a Itatiaia, etc, além de convivermos com tt pessoas de lugares e costumes diferentes, principalmente para mim, na época uma menina de 11 anos. Com o tempo foi construído um clube onde vinham conjuntos da cidade de Taubaté, para alegrar os bailes dos funcionários dessa vila, onde até houve concurso de rainha, onde fui uma das “princesas”. Essa vivência privilegiada enriqueceu minha meninice. O Sr Romeu Gamberini, citado acima, era nosso vizinho, assim como seu irmão, Rubens Gamberini, que tb trabalhava na MEP.
Eu trabalhei de 1966 até 1971, trabalhava como projetista no departamento da MAM, motores Diesel, como, com os engenheiros que vierem da Alemanha, morei na Vila da MEP. Tinha o clube com muitas atividades
ResponderExcluirMeu nome (Miguel Dutenhefner) hoje moro em Atibaia.
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