Tem um restaurante de rodízio em São Paulo que chama os "Prazeres da Carne". Me falaram dele e como Beá e Mena estavam num sufoco bravo acompanhando Odilza no hospital, resolvi levá-las para conhecerem. O rodízio era muito caro mas realmente o melhor de São Paulo. Para meu desgosto, elas praticamente não comeram nada. O garçom oferecia de tudo e elas não aceitavam de nada. Ele já começou olhar pra mim querendo entender porque eu levei as duas num rodízio. Ia gastar 3 vezes mais do que se fosse no melhor La Carte da cidade. Parei de insistir quando Beá falou que não ia engordar de graça. Ela gastava para emagrecer e não ao contrário. Estava sem fome e não tinha sido ela quem escolhera o restaurante. Paguei a conta e vi o sorrisinho de sacana do garçom.
Cheguei em casa e contei revoltado o acontecido para Guto. Ele é o irmão mais novo de Beá. Pesa uns 120 kg mas come como se tivesse 240. Nunca vi nada igual nesses meus 60 anos. No decorrer do relato, tinha sido após o jantar, vendo-o babar ao descrever as iguarias que elas rejeitaram, tive a idéia e falei:
- Guto, não almoce nem jante amanhã, que vamos almoçar no prazeres da carne juntos, depois de amanhã.
Ia soltar a fera e ver a cara do garçom.
Chegamos às 12h em ponto e fui para a primeira mesa, perto da janela. Ele já chiou, estava operado do joelho e não podia ficar tão longe da mesa do Buffet. Estávamos a 6 m da mesa. Mudamos de lugar e ficamos ao lado. Mais perto tinha que colocar a cadeira dele direto na mesa do buffet. O restaurante tinha aqueles cilindros escrito, de um lado "me sirva", e do outro lado, "não obrigado". O cilindrinho dele ficou só no "não obrigado". Ele começou com as ostras. Era o que ele mais gostava. Veio 30, que em 5 minutos ele devorou. Mais 30, e tinha um garçom que trazia e outro que tirava as cascas. Acho que por técnica do restaurante, o que tirava as conchas parou de fazê-lo. O que trazia parou em seguida, então Guto ia direto a mesa e carregava o prato, até que resolveram não abastecer mais a mesa central. Aí ele passou para os camarões. Tinha um arroz com frutos do mar e o prato era todo cercado por camarões gigantes. Ele servia uma colher, das de sobremesa, de arroz e levou todos os camarões gigantes. Depois desse aperitivo ele virou o cilindrinho e começou com a carne. Até voltarem as ostras para a mesa. Nesse momento, ele virou o cilindrinho novamente e voltou as ostras. Depois de umas duas horas, eu já estava começando a ficar com fome novamente, já tinha comido sobremesa e tomado café, ele virou o cilindrinho para arrematar com uma picanha. Acho que comeu uma sozinho. Já com medo dele ter uma congestão e me sentindo mais do que vingado, pedi a conta ao garçom. O mesmo da vez anterior. Quando ele voltou com o cartão, ele me disse:
- Você mandou buscar de algum lugar ou é parente daquelas que não comeram nada.
Dei um sorrisinho e disse:
- Irmão caçula e tem outro maior que esse. Nos aguarde que vamos voltar.
Essa eu adorei,rsrsrsr, melhor vingança que essa seria impossível, muito legal essa história
ResponderExcluirAna Cristina
Oi Tadeu, fazia tempo que eu não ria tanto, eu ia lendo o relato e imaginando vocês no restaurante, principalmente o Guto! Muita boa, parabéns!
ResponderExcluirrssss... Sensacional!!! Muito boa mesmo.
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