quinta-feira, 24 de junho de 2010

Tontônio

Tontônio, meu irmão, é um cara engraçado mesmo quando não esta fazendo graça. Tem umas manias e variam com a época. Teve aquela de "voar é pra passarinho" que nos proporcionou lances engraçadíssimos. Quando não tinha jeito ele embarcava. Levava sempre um vidrinho de plástico com água benta. Entrava no avião e até chegar ao seu lugar ia aspergindo aquela água por todos. O pessoal achava até meio simpático, uns pensando que se tratava de um sacerdote. Já tinha acontecido de eu estar por trás e ver pessoas que sentindo a água e vendo de onde vinha, tocá-la e fazer o sinal da cruz. Numa dessas viagens, o bicho estava com um baita resfriado e entrou, como sempre, fazendo sua benção. Quando chegou em seu lugar que percebeu que tinha jogado sorine no povo. Em vez de disfarçar, meteu-o no nariz entupido e deu duas borrifadas, e quando olhou para trás que percebeu a merda. Só deu tempo de passar um pouco de sorine na mão e se benzer também, deixando todo mundo sem entender que porra tinha sido aquilo.
Um outro lance digno de nota foi quando ele recebeu uma foto da Luiza Brunet. Escala 1:1, de costas, completamente sem roupa, de pé sobre um salto alto e com o rosto virado olhando para trás. Era uma foto por demais sensual. Se ela é boa ainda hoje, imaginem a 25 anos atrás. Ele e papai tinham um escritório só, de uns 4x4 onde tinha uma geladeira e na sua lateral pregaram a foto da Luiza. Não tinha quem não entrasse na sala e não observasse aquele monumento de mulher. Certo dia, com a sala cheia de vendedores, mais papai e eu, ele resolveu fazer graça e abraçou a Luiza Brunet. Neste exato momento entra minha cunhada, a Lenir, e o flagra encoxando a geladeira. Quando ela entrou foi um silêncio geral, quando ele, ainda abraçado a geladeira, falou:
- Ô meu, ninguém vai me ajudar a carregar essa porra.
Na mesma hora todos se levantaram e mudaram a geladeira de posição. Nunca vi presença de espírito igual.
E as palavras que ele inventa e fala com a maior naturalidade. Estávamos viajando com nosso Baron, de Corumbá para o Rio. Lá pelas tantas, ofereci uma bolachinha de água e sal para ele que me olhou fazendo uma cara como se estivesse lhe oferecendo merda pura. Quando perguntei o porque da reação ele respondeu que "aquilo" era muito ENTALANTE.
Igual a essas eu perdi as contas.

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