Já na viagem daqui, na disputa dos lugares no avião, fui na fileira do meio com Rafael de um lado e Thiago do outro. Depois de umas 100 piadas, resolvemos dormir. Eles, porque eu fiquei de travesseiro dos dois. Mas antes, na janta, a aeromoça era uma coreana, estávamos viajando pela Singapura air lines, o inglês dela, mais o meu, adicionado a minha surdez, comi o que ela quis, pois fiquei com medo, de na nossa conversa, ela entender que não queria jantar. No final ela me perguntou se eu queria "iii". Quando disse "i what?", veio o chá e eu queria café. Apesar de ter que agüentar a gozação, dai para frente deixei o Rafael pedir por mim. Ele estava se virando muito melhor com seus ouvidos e seu inglês e eu não queria mais pedir porco e comer frango. Achei um absurdo uma companhia chic dessas, decolando do Brasil, não ter aeromoças que falem ou português ou espanhol. O inglês delas é para quem fez escola em Singapura. Isso serviu para me traumatizar definitivamente e em Paris só falávamos espanhol ou português, e ficamos impressionados com a quantidade de vendedores estudiosos da nossa língua. Preferíamos nos comunicar, com eles falando português e espanhol tudo errado do que nós assassinando o francês ou inglês. O lance engraçado aconteceu quando fui comprar meu barbeador Philips com limpeza automática. Era uma loja especializada da Philips, mas dessas pequenas. Tinha duas pessoas atendendo, um senhor de 50 anos, que devia ser o proprietário e um rapaz de 20. Na primeira pergunta de "Ablas espanhol ou Português", o rapaz, timidamente balançou a cabeça dizendo que sim, no começo, e depois com a mão, tocou pandeiro, indicando o mais ou menos na linguagem universal. Estávamos indo bem, com ele baixando todos os modelos da prateleira. Quando fechamos o negócio ele já estava bem mais solto com a língua, e nitidamente, gostando de mostrar ao seu chefe que conseguia atender a brasileiros e resolveu nos avisar que não poderíamos usar o aparelho ante de carregar a sua bateria por 8 horas. Foi aí que se deu a merda, literalmente. Ele se enrolou com um "chargar", e entendemos logo que ele estava afrancesando o "cargar" do espanhol. Foi quando o dono da loja resolveu mostrar seus profundos conhecimentos da língua espanhola e veio a seu socorro dizendo:
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Paris, Paris.
Já na viagem daqui, na disputa dos lugares no avião, fui na fileira do meio com Rafael de um lado e Thiago do outro. Depois de umas 100 piadas, resolvemos dormir. Eles, porque eu fiquei de travesseiro dos dois. Mas antes, na janta, a aeromoça era uma coreana, estávamos viajando pela Singapura air lines, o inglês dela, mais o meu, adicionado a minha surdez, comi o que ela quis, pois fiquei com medo, de na nossa conversa, ela entender que não queria jantar. No final ela me perguntou se eu queria "iii". Quando disse "i what?", veio o chá e eu queria café. Apesar de ter que agüentar a gozação, dai para frente deixei o Rafael pedir por mim. Ele estava se virando muito melhor com seus ouvidos e seu inglês e eu não queria mais pedir porco e comer frango. Achei um absurdo uma companhia chic dessas, decolando do Brasil, não ter aeromoças que falem ou português ou espanhol. O inglês delas é para quem fez escola em Singapura. Isso serviu para me traumatizar definitivamente e em Paris só falávamos espanhol ou português, e ficamos impressionados com a quantidade de vendedores estudiosos da nossa língua. Preferíamos nos comunicar, com eles falando português e espanhol tudo errado do que nós assassinando o francês ou inglês. O lance engraçado aconteceu quando fui comprar meu barbeador Philips com limpeza automática. Era uma loja especializada da Philips, mas dessas pequenas. Tinha duas pessoas atendendo, um senhor de 50 anos, que devia ser o proprietário e um rapaz de 20. Na primeira pergunta de "Ablas espanhol ou Português", o rapaz, timidamente balançou a cabeça dizendo que sim, no começo, e depois com a mão, tocou pandeiro, indicando o mais ou menos na linguagem universal. Estávamos indo bem, com ele baixando todos os modelos da prateleira. Quando fechamos o negócio ele já estava bem mais solto com a língua, e nitidamente, gostando de mostrar ao seu chefe que conseguia atender a brasileiros e resolveu nos avisar que não poderíamos usar o aparelho ante de carregar a sua bateria por 8 horas. Foi aí que se deu a merda, literalmente. Ele se enrolou com um "chargar", e entendemos logo que ele estava afrancesando o "cargar" do espanhol. Foi quando o dono da loja resolveu mostrar seus profundos conhecimentos da língua espanhola e veio a seu socorro dizendo:
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Márcio e Ju
- Pode parar, não tem nada disso não. Nada de inseminação com separação de espermatozóide. É na monta natural mesmo. É na ripa na chulipa. Foi aquele silêncio geral e a atenção foi redobrada.
Você, Márcio, só tem que fazer o seguinte, ficar em jejum por três dias e...
Ele me interrompeu e falou:
- Três dias, você tá com brincadeira.
Já ia elogiar o seu libido quando ele completou:
- Vou morrer de fome.
Aí que eu prestei atenção no meu velho amigo Márcio e percebi que ele devia estar uns 15 kg acima do peso e, depois de muita risada e gozação, completei:
- Jejum sexual Márcio. Três dias sem sexxxo. Pode comer de tudo.
Ele completou;
- Menos a Ju. Entendi.
Depois de muitas risadas, dei a dica a ele. A coisa dá tão certo que eu queria homens e consegui 3 para uma mulher e onze netos para duas netas. Vamos ver o que vai sair dali, mas se ele seguir o protocolo é tiro e queda.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Primeira vez
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Quem é o surdo?
-....
-Morgana seu Zé. Tá escutando?
-.....
- Acho que um de vocês dois está surdo. Ou ele não escuta ou responde e você não escuta. Empresta aqui.
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Negão
Uma das suas foi quando estávamos na fazenda Angico reformando um reservatório de água e pintando a parede de neutrol, que é uma tinta preta a base de pixe. Quando quis ajudar ele falou:
- Você vai se sujar que nem eu, com a diferença que em você vai aparecer.
- Negão, venha até aqui.
Como todos escutaram ao chamado do ganso e sabiam o quanto o Negão era gozador, como que combinado, todos pararam de trabalhar e olharam para o Negão. Ele percebendo o clima fala:
- Vem cá, eu te conheço? Você não sabe que esse termo é pejorativo e cabe até um processo por descriminação. Eu tenho nome e você não pode me chamar pela minha cor. Eu achava que era moreninho e você falando isso pode até me traumatizar - falou isso muito sério e parece que quanto mais preto ele ficava mais branco ficava o ganso. O bicho mexia os lábios e não saía som nenhum. Todos rachando o bico e já com dó do ganso, quando o Negao completou, já não agüentando e começando a rir:
- E aí, vai ficar aí parado sem GRASNAR nada.
Só aí que ele percebeu que era gozação, mas depois disso, acho que só por garantia, ele só tratou o Negão de "Seu Everaldo Militão".
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Carta aberta a Bruno Jose Patrussi
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Meu General
- Sargento, você esqueceu de reservar a minha mesa?
Como estávamos na conversa que os militares que mandavam no país e na época eu era inteligente e pegava as coisas no ar, respondi:
- Meu General, o erro deve ser da NOB, pois ao pegar as passagens avisei ao chefe da estação que o senhor jantaria aqui e exatamente (consultei meu relógio) às 19:20h.
- Muito bem, sargento. Virando para o garçom ele pediu que chamasse o responsável.
Ao invés disso o garçom puxou a cadeira novamente para ele que já estava de pé e já entregou o cardápio. Sentamos e comemos, não sem um certo receio da mesa estar reservada para um general de verdade.
Acho que foi uma das únicas vezes que vi papai fazer uma coisa duvidosa, se passando por outra pessoa. Lembro ainda da conversa, ele querendo saber as patentes da marinha pois esperava que eu o chamasse de Almirante ou Capitão de Fragata, que nem o Holanda, seu amigo. Ele se achava mais parecido com um do que com um general. Mas com o "sargento" eu me lembrei de exercito e já toquei a patente mais alta que conhecia. E depois deu certo, não deu?
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Cadeia nele
- O senhor acha que ela vai acreditar que fui preso porque estava trabalhando. Nunquinha.
Nesse momento a delegada, muito gentil e simpática por sinal, me pediu que entrasse em sua sala que iria me explicar o que estava acontecendo. A obra que eu estava fazendo foi embargada pelo Iphan e eles não haviam respeitado o embargo e me mostrou os documentos assinados pelo meu mestre de obras. Eram dois: uma cópia da notificação para apresentação de documentos, e uma fotografia do documento de embargo. Este ela não tinha copia, pois a mesma estava afixada no muro da obra. Foi aí que tudo se esclareceu. A casa que eu estava reformando estava na área tombada da cidade. Quando fui murar o terreno em frente da construção, o mesmo ia obstruir a visão da casa e pediram apresentação de um projeto para aprovação, através de uma notificação que chegou as minhas mãos e um documento de embargo paralisando simultaneamente a obra, que foi fixado no muro, e sem cópia para meu conhecimento. O mestre de obras achando que se tratava de um único documento, levou o primeiro para mim e nem citou que tinha uma "cópia" pregada no muro, dizendo que a obra estava embargada. Quando li a notificação, ainda reclamei que ele nem sabia ler direito e mandei continuar o serviço. Explicado isso tudo para a delegada, que fez um relato completo da minha versão, me fez dar ciência de que a obra estava embargada e soltou os presos.
O chorão queria entender o que ele tinha feito para ser preso e fiquei muito preocupado. Já pensou se ele estava trabalhando firme na hora que a policia chegou? Não teria desculpa melhor para nunca mais pegar pesado no serviço. Iria falar para todo mundo que, neste país, quem trabalha muito duro, acaba na cadeia e ninguém ia poder desmenti-lo. Por isso que, cada vez mais, concordo com aquele amigo que para tudo fala "NÃO É FÁCIL", mas não está nada fácil mesmo tocar as coisas por aqui.
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Viagem a Goiânia
Com isso recebemos um convite para participar de uma conferência de confinadores em Goiânia, melhor ainda, para a Ema participar de uma mesa redonda onde seriam apresentados vários problemas brasileiros e como estão sendo resolvidos. Depois de alguma discussão e definirmos que o Beto, meu filho mais velho e diretor da Ema, como agrônomo e quem está no dia a dia da empresa seria a pessoa indicada para essa apresentação, nos preparamos para a viagem, que para mim e Guilherme passou a ser passeio e para Beto, meio tortura.
Goiânia tinha outro atrativo para mim, era a terra do Marcelo Pimenta, meu amigo de 30 anos atrás e que eu não via há 25, e que também participaria da conferência. A viagem foi muito proveitosa, mas nem por isso menos cansativa. Nosso vôo de ida saía de Campo Grande às 4h da madrugada, e tínhamos que estar no aeroporto às 3h. Fizemos Corumbá - Campo Grande de carro, e éramos para sair logo após o almoço e dormir cedo, mas o Guilherme foi enrolando e acabamos saindo às 5h da tarde e fomos chegar em Campo Grande às 10h da noite. Até jantar, deitamos as 11:30h e acordamos às 2h. Já estava resolvido que chegando em Goiânia, mataria a abertura da conferência e ficaria dormindo a manhã toda. Chegando ao hotel, morto de sono, veio a notícia de que nosso quarto só seria liberado após o meio dia. Tomamos o café da manhã e fomos para dormir na conferência.
O encontro com o Marcelo foi de cinema. Num saguão lotado de gente, vejo ele se afastando rápido e reconheci o seu andar apressado. Saí atrás e só o alcancei porque ele parou para conversar com um grupo de amigos. Cheguei por trás dele e falei:- Rapaz, te conheci pelas costas.Nos abraçamos e ele já respondeu:- Não fale assim na frente de meus amigos que não sei o que eles podem pensar.Fizemos festa e passamos três dias almoçando, jantando e assistindo palestras juntos. Foi e continua sendo um grande amigo.
- É companheiro, agora entendi a sua preocupação. Você tá ferrado.
É uma morena maravilhosa. O filho Gabriel, com 13 anos, é cara do Harry Porter e só fui descobrir isso depois que voltei para Corumbá. Foi uma viagem muito proveitosa, onde aprendemos muito, convivi 3 dias com meus dois filhos e revi um grande amigo. Nota 10.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
D.Julieta
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
É mole?
Tontonio é o político da família. Acha que cada coisa tem um jeito certo de se fazer e porrada não se inclui em nenhuma delas. Apesar de todo mundo falar que eu sou o racional e ele o emocional da dupla, ele nunca perdeu a linha com quem quer que seja, enquanto eu, mais que um par de vezes, já rolei no chão com marmanjo. Exceção só para o garçom do mister Pizza. Ele tem suas válvulas de escape e de vez em quando elas emperram e o colocam em situações constrangedoras. Certa vez, acabado uma reunião nos escritórios de uma das empresas que representávamos, onde ele teve que se conter muito para não mandar todos a merda, os anfitriões foram nos levar até o elevador. Cumprida todas as formalidades de despedida, e ele super contido, entramos no elevador, e assim que a porta de fechou, ele, dando vazão a sua raiva reprimida, deu uma banana para a porta fechada, exatamente no momento em que a mesma reabria e as 5 pessoas participantes da reunião estavam olhando para dentro do elevador. Na mesma hora, apesar do paletó fechado, ele embalou o movimento e cruzou os braços, numa cruzada nunca dantes realizada por qualquer ser humano. Poderia se dizer que foi uma cruzada de manual, onde estaria assim descrito:
1)estique o braço direito e feche a mão;
2)coloque o punho esquerdo com a mão fechada na junção interna do braço com o antebraço direito;
3)articule o braço direito fechando o mesmo sobre o punho esquerdo;
4)continue o movimento com o braço direito dando um laço no braço esquerdo, abrindo as duas mãos.
Do 1) ao 3) temos a banana e o 4) é o despiste. Assim que a porta se fechou pela segunda vez, ele encheu a mão com suas bolas e as balançou para a porta, e nesse instante a mesma se abriu novamente. A sorte é que dessa vez o pessoal da reunião estava de costas, pois não sei qual seria o disfarce naquela situação. Voltaram para nós e avisaram que se não apertássemos o botão do elevador ele iria ficar abrindo e fechando a porta sem sair do lugar. Assim que ele começou a descer, o Tontonio mostrando todo seu repertório de mímicas, mandou todos tomar no rabo com aquele sinal característico, onde o dedo "pai de todos" fica esticado e o "fura bolo" e "seu vizinho" encolhidos. Não conseguíamos parar de rir da situação em que ele se colocou e, com isso, aliviou toda a tensão acumulada da reunião. É mole?
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Pequenas confusões
Ele era meu melhor amigo e ainda irmão mais velho de minha namorada. Cara boa pinta começou a querer namorar a filha do almirante da marinha baseado aqui em Corumbá, uma morena por demais de bonita. Quando começou a paquera entre os dois, junto vieram as recomendações dos pais dele, de que se lembrasse que ela era uma moça fina, e que ele se portasse sempre como um cavalheiro, etc, etc. As coisas iam bem e às vezes saíamos juntos. Além de boa companhia, ele servia de vela. É, vela mesmo, aquela figura que acompanha os namorados, que naquela época não podiam sair sozinhos. Eu tinha o irmão, ou todas as outras 3 irmãs, que aí já era um candelabro mesmo sendo todas muito simpáticas. Mas voltemos a saída com o casal recém emplacado.
Estávamos passeando no meu carro, e escutando a conversa dos dois atrás e não dava para ficar sem dar risadas. Eram muito diferentes. Enquanto ela era super viajada e gostava de filosofia, ele estava começando a cuidar das fazendas dos pais e estava pegando aquele palavreado de peão pantaneiro. Resumindo, ela estava bebendo champanhe e ele pinga, ela comendo foie gras e ele carreteiro, e o mais importante, com muito orgulho e sem a menor chance de achar que tinha vida melhor do que essa. Mas estavam se entrosando, às vezes as diferenças se atraem mais que as semelhanças. O passeio foi engraçado e inesquecível. Lembro dele contar como teve o seu chapéu novinho, de não sei quantos mil cruzeiros, totalmente destruído por seu cavalo:
- Era um alazão, redomão ainda, e quando quis dar uma negada comigo, cheguei a espora por baixo e o chicote por cima. O bicho pulava alto e corcoveava de um tanto que nem dançar tango era tão difícil como acompanhar o lombo daquele bicho endiabrado. Quanto mais ele pulava mais eu chegava a espora e o reio nele. Era a hora de definir quem mandava em quem ali. Foi quando caiu meu chapéu, Panamá novinho, comprado na Bolívia, daqueles de aba larga e engomado, que fica no formato que você quer. Parece que a "porra" (demos uma arrepiada na "porra") do cavalo, vendo que não conseguia me derrubar, resolveu se vingar no chapéu. Tinha recém chovido e estava aquela laminha, e o chapéu ficou embaixo e parecia que ele me falava: “Não tiro você das minhas costas, mas olhe o que faço com seu chapéu.” E pulava só em cima do panamá , que foi de retorcendo todo e de branco não tinha nem o lado de dentro mais.
Todos deram muitas risadas, quando a minha namorada começou a fazer perguntas a sua cunhada, para ver se ele deixava ela falar um pouco. Ela foi de soltando e dizendo que já tinha estado em Paris, a cidade luz, em Londres, a cidade séria, tudo muito britânico, a Holanda, que flores maravilhosas, Alemanha, com sua organização impecável. Nós todos, que nunca tínhamos saído do Brasil na época, ficamos encantados, mas ao mesmo tempo meio sem assunto. Quando alguém falou sobre as dificuldades de comunicação para ver de dava corda a conversa, ela resolveu dar uma esnobada dizendo que falava varias línguas, mas o inglês, francês e espanhol, fluentemente. Foi quando veio a pérola e o cunhado olhou para ela e falou:
- Minha nossa, então você é uma troglodita.
Só paramos de rir quando a deixamos em casa, e o pior, ela era quem mais ria. Não precisou mais que isso para tornar aquele passeio inesquecível, isso há 40 anos atrás.
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Quem aguenta?
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Enganos
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Coincidências
Eu devia ter uns 11 anos e fui ao cinema assistir ao "Homem sem cabeça", daqueles filmes de terror feitos em 1961. Da para imaginar os "efeitos especiais" da época. Mas resumindo a história, era um cara que foi condenado à morte por decapitação e para não entrar no Paraíso, essa era a lenda, a cabeça foi enterrada separada do corpo. Como ele era inocente a cabeça comandou o corpo, depois de enterrado, para sair de onde estava e ir buscá-la para ficarem juntos, mas antes o corpo resolveu se vingar dos que tinham feito aquilo com ele.
A sessão era das 20h às 22h no cine Tupi. De lá até a minha casa eram duas longas quadras na rua 7 de setembro, que era super arborizada e, por isso, mal iluminada. Fui com amigos que moravam em lados postos. Estava sozinho, eu e o homem sem cabeça. Mas eu já era um homem e fui. Cagando nas calças, mas fui. Cada vento que movimentava um galho e fazia uma sombra se mexer, eu acelerava o passo. Cheguei em casa correndo.
Entrei na sala, onde tinha a escada que levava ao andar superior e estava o meu quarto. Todos dormiam. Ai continuou as coincidências. Fui no interruptor de baixo que acendia a luz da escada e quando o acionei a luz não acendeu. Ele era daqueles de dois botões e ligado em paralelo com outro igual que ficava no topo da escada. Se um dos dois estivessem parado numa posição intermediária o outro vão funcionava. Estava muito escuro e isso fez o medo virar pavor. Já estava achando que era coisa do homem sem cabeça. Fui subindo as escadas e tateando a parede querendo chegar no interruptor de cima e acender a porra daquela luz.
A hora que eu peguei no interruptor, uma outra mão pousou sobre a minha. O que senti na hora é indescritível e até hoje, passados 50 anos, eu me lembro da descarga elétrica que atravessou meu corpo. O cabelo se eriçou todo e o grito foi seguido de um salto para trás, onde tinha uma escada de mármore de 20 degraus, 15, um patamar, uma quebra de 90 graus e mais 5. A sorte é que nessa confusão a luz se acendeu e o vôo até o patamar foi visual e não por instrumentos. No trajeto aéreo deu para escutar a voz da Pura, a boliviana que dormia em casa, gritando “minha Nossa Senhora de Guadalupe”.
Ela tinha escutado o barulho da minha chave e foi se borrando toda ver o que era, achando que era um ladrão. O trajeto dela levou exatamente o mesmo tempo que o meu. Primeira coincidência. Exatamente nesse dia o interruptor de cima ficou numa posição neutra. Segunda coincidência. E eu que era corajoso estava voltando de um filme de terror. Terceira coincidência. Soma isso tudo e o resultado foi um guri todo cagado. Ainda bem que ninguém viu, a Pura deve ter sentido o cheiro mas deve ter achado que era dela.
terça-feira, 4 de outubro de 2011
O crítico
1) não foi o primeiro comentário que ele fez;
2) ele acha chato o que eu escrevo e mesmo assim lê e comenta.
Isso é típico dos "muito" chatos e só por isso vou responder, por aqui, a essa crítica.
Já houve uma consulta pública e de nível nacional sobre o desarmamento e vimos o que pensa a esmagadora maioria da população brasileira. Todos devem se julgar "inteligentes que nem eu". Devia ser feito outra, sobre o armamento agora, mas não de forma indiscriminada, e sim após treinamentos e exames, nos moldes da carteira de motorista.
Preocupado em conseguir que ele me leia até o fim, vou ser sucinto e ir direto ao que interessa e que não é a estatística em si mas o resultado final. Não adianta você ter uma porcentagem baixa se a quantidade de ocorrência é alta. O que tentei explicar e parece que não consegui, pelo menos para ele, é que você diminui o número de mortes diminuindo o número de assaltos, mesmo que a porcentagem de mortes por assaltos aumente. Não é tão complicado assim. Para o assaltante a situação ideal e a proposta por ele. Estar preparado para entregar tudo e não reagir a nada. Recebe ameaça, entrega até as calças. Concordo que a vida é mais importante que qualquer bem que você tenha, mas não estou propondo armar ninguém que não seja treinado antes para enfrentar aquela situação, e não para defender unicamente os seus bens, mas também a sua dignidade.
Quem fez o serviço militar, com um ano vai para a reserva, e em caso de guerra é chamado para defender o seu país, colocando a sua vida em risco. No pensamento do meu crítico, deveríamos entregar o país também? Da mesma maneira que somos treinados para defendê-lo, em caso de necessidade, tínhamos que ser treinados a defender o que conseguimos com trabalho honesto e que o governo, apesar de nossos impostos, não nos garante.
Agora quero me dirigir especificamente ao meu crítico. Obrigado por ser um leitor e comentarista assíduo (mais de uma vez) apesar de me achar um chato. Também te achei um. Cordiais saudações.
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
O Resgate
- Calma que não estou entendendo nada.
Na terceira fez que repetiu essa frase, completou.
-Mena, fica calma, estou indo ai.
Foi quando pulamos da mesa, eu e os três filhos.... sem comer a sobremesa e em três carros.
No caminho ela foi me contando o pouco que tinha entendido. O Cauto, seu cunhado marido da Mena, voltando de Santa Gertrudes, tinha caído com o avião. Depois do susto inicial, a um mês atrás tínhamos perdido um amigo em acidente com esses pequenos aviões, começamos tentar a entender o acontecido e só sabíamos que ele se comunicou por rádio com algum avião que estava por perto avisando que estava em pane e faria um pouso de emergência, e depois disso não fez mais contato. Chegamos à casa de Mena e parecia filme de terror, ela não parava de chorar, falava entrecortado de soluços, dizendo que ele caiu na Caieira e estava com o filho Gabriel. Marido e filho, único homem, num acidente de avião. É dose alta para qualquer um.
Conseguimos acalmá-la um pouco dizendo que até agora, o que sabíamos era que ele fizera um pouso de emergência e não que caíra. Era uma situação bem diferente e ele era um piloto experiente. Expliquei ainda que Caieira, que naquele momento já tinha virado uma montanha para ela, era uma merda de um morrinho, muito baixo e único nessa rota e não tinha como ele trombar nele, ainda mais avisando um colega antes. Água com açúcar para todos e vamos acalmar para ver o que fazer. Nisso chega Emílio com a esposa, primo dela, que foi quem recebeu a notícia do piloto. Dividimos a turma, ele iria para o Dac conseguir mais informações, as vezes ele consegue falar por radio do solo, eu falaria com o almirante para conseguir o helicóptero da marinha para uma busca e possível resgate. Como isso era mais demorado, tinha todo um procedimento a cumprir, eu mandaria o Zé Mauro fazer um sobrevôo na Caieira, na rota Corumbá - Santa Gertrudes para tentar achar o BGZ.
Na saída da casa de Mena, sem ela perto, o Emílio me deu o resto da notícia que me preocupou bastante. O ELT do avião tinha sido acionado e seu sinal recebido em Curitiba. A coisa era mais grave. O ELT é um aparelhinho que começa a emitir sinal de socorro após um impacto mais forte na aeronave. Se ele tinha pousado, não foi dos pousos mais bonitos, pensamos. Conseguimos interromper o domingo tranqüilo do almirante e fomos muito bem recebidos. No instante em que ele ligava para a base para providenciar o deslocamento do helicóptero da marinha, recebi um telefonema de Bea. Cauto estava vivo e tinha chamado Mena por telefone e passado as coordenadas onde ele estava e, além disso, só conseguiu falar que acesso era só por barco, que nem helicóptero chegava lá. Não tinha onde pousar. Passamos as coordenadas para o Almirante com a informação do acesso e fomos para meu escritorio consultar o Google Earth e ver onde estava o avião. Plotamos as coordenadas e vimos que estava a 4 km da Caieira e no meio de um brejo cortado por pequenas vazantes. Nenhum lugar seco para pousar um helicóptero. Avisamos o almirante do problema e ele se prontificou de ver um helicóptero da Aeronáutica, desses com guincho e puçá para resgate sem necessidade de pouso. Imaginei Cauto pendurado numa corda e içado para um helicóptero no ar após ter caído com um avião. Não ia ser fácil e ele ia se cagar todo.
Quando íamos para o aeroporto para despachar o Zé Mauro para fazer o primeiro contato visual com o Cauto, Mena teve a idéia de fazer uma mala com alguns artigos de primeiros socorros para eu jogar a ele. Quando fui pegar a mala que vi como ela ainda estava nervosa. A bicha era maior do que a minha quando vou passar 15 dias fora de casa. Para atirar aquilo do ar, só tirando a porta do avião e se por acaso atingisse o Cauto, o sobrevivente da queda não sobreviveria a malada. Tirei o garrafão de água de 5 litros e deixei uma garrafinha de 500ml, deixei uma única maça do lote de 4, um pacote de bolachinha das que eu mais gostava das 18 que estava dentro, e o cobertor. O resto ficou, inclusive uma laterna megalite de 3 kg. Trocamos a mala por uma sacola impermeável e de um tamanho que passasse pela janela basculante do avião. Dividimos a turma. Fui com Guilherme encontrar o Ze Mauro e Beto e Daniel foram para o corpo de bombeiros tentar algo por lá. O Zé Mauro que já estava com o OVX no jeito, quando viu a mala, fez nós irmos juntos.
Uns minutos antes de decolarmos o Almirante nos ligou avisando que estava na hora limite do helicóptero de busca e salvamento sair de Campo Grande e chegar de dia ainda para o resgate. Concordamos que de puçá, ia dar certo e decolamos juntos, nós a 10 minutos do Cauto e a Busca e Salvamento de Campo Grande, a duas horas de vôo. Apesar de termos as coordenadas exata e dois GPS, o do avião e um portátil de mão, demos umas 5 voltas para avistarmos o avião. No banco de trás e tendo acesso as janelas dos dois lados, na quinta passada consegui avistar a ponta da asa do BGZ, sobressaindo do meio de um cambarazeiro. O homem tinha feito um pouso de tuiuiú. O avião estava com uma asa em cima da arvore e a outra tocando a água. Sobre o avião, dando tchau para nós, o comandante Cauto. Estava inteiro e agora só faltava lançar a mala da Mena. Zé Mauro fez o procedimento padrão de afastamento, curva de 360•, e reduzido e flapeado fez um razante sobre o Cauto.
Pela janela da esquerda, eu atrás do piloto, esperei o momento certo, calculei a velocidade do vento, o arrasto que a mala ia ter no ar, velocidade do avião, e fiz o lançamento. A mala descreveu uma parábola invertida e foi caindo, caindo, caindo e eu seguindo aquela mala vermelha com os olhos e me contorcendo todo, como se fosse conseguir mudar a trajetória da bicha. Caiu longe pra cacete. O Zé Mauro ainda comentou que ele tiraria a roupa e peladão pegaria a maleta. O que não sabíamos é que o Cauto já tinha achado água e bolacha do kit de sobrevivência do Zé Mauro. Resolvemos pousar na fazenda Caieiras a 4 km do acidente. De lá poderíamos falar com Corumbá e dar notícias que fizemos contacto visual com Cauto, tranqüilizando o povo. Telefone celular dentro desses pequenos aviões é impossível de se conversar. Você fala, mas não sabe se a pessoa escutou. Chegamos juntos com o primeiro barco do corpo de bombeiros. Tinham a idéia de ir a cavalo e de a pé até o Cauto. Era muita coragem, mas não tinha como fazer isso. Eram 4 km de água e como disse Ze Mauro, vocês podem até chegar lá, mas não vai ter lugar para dormir todos no avião, e agora a noite ninguém vai convencer Cauto de cair nessa água gelada com esse puta frio. Eles responderam: vamos torcer então para o outro barco ter mais sorte.
Foi aí que soubemos que o Daniel, meu filho, com meu primo Gelson tinham saído com outro barco de Corumbá com a idéia de subir o rio Pacú, que pelo mapa satélite parecia chegar mais perto e conseguir resgatar o homem, ou ao menos a mala, pois achava que ela tinha caído no meio de um corixo. A coisa estava meio descoordenada, mas tínhamos uma alternativa para o helicóptero. Os bombeiros quiseram fazer um sobrevôo para ver como estava a chegada desse rio no avião. Ficamos aguardando o Zé Mauro fazer isso com eles, que saiu meio contrariado falando que estávamos procurando jeito de trombar com o helicóptero que já devia estar chegando. Como não tínhamos a confirmação disso e não queria ligar novamente para o Almirante, já tinha perturbado ele por demais, fizemos o segundo sobrevôo. Assim que ele pousou já não tínhamos tempo de mais nada. Faltavam 20 minutos para o por do Sul e tínhamos que ir para casa e aguardar as notícias. Elas chegaram pelo radio do avião e antes de pousarmos em Corumbá, escutamos:
- Controle Corumbá, é o busca Aereo.
- Prossiga - respondeu o controle Corumbá.
- Busca Aereo informa que a operação de resgate foi um sucesso. Estamos com o sobrevivente a bordo e passando muito bem. Cumprindo normas favor providenciar ambulância para recebê-lo.
A aventura do Cauto tinha acabado, e graças a Deus, da melhor forma possível.
Aconselharam-me a fazer uma entrevista com ele e escrever a mesma história vista pelo angulo do piloto. Vou pensar, talvez valha a pena pelo milagre do telefone. É que o homem é duro de falar e vai ser mais difícil tirar essa história dele do que o próprio resgate.
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Terceira medida extrema
Tentei tirar porte de arma e não consegui.
Pago todos os meus impostos e ao invés de segurança, a única coisa que recebo do governo é o conselho de passar tudo que o ladrão quiser, bem devagar, e nem pensar em reagir. Sequer consigo o direito de portar uma arma para poder fazer a minha própria segurança. Será que o governo não percebeu que ladrão não paga imposto do que rouba, ou os bestas somos nós que nem deduzimos do nosso a parte roubada. Hoje o assaltado já nem faz mais queixa a policia. Não adianta de nada, é só mais um BO para encher as gavetas. Não conheço ninguém que foi assaltado na rua, deu queixa e teve seus pertences recuperados. Não consigo entender como estamos ficando covardes e sendo ensinados, através da mídia paga pelo governo, que sendo assaltados devemos entregar tudo sem reagir.
Dizem que arma é um perigo. Eu também acho, principalmente se eu estiver do lado do cano e um bandido drogado do lado do cabo. Como o governo não consegue ter um efetivo policial decente para defender seus cidadãos, devia armá-los e de preferência, melhor do que os bandidos. Voltaríamos à época dos faroestes. Porte de arma seria que nem carteira de motorista. Fez um curso mequetrefe tira porte para uma 22, seria a carteira A, que só te permite dirigir carros. Faculdade em porte de arma dá o direito a um 38, seria o equivalente a tipo B. Mestrado a um 44 magnum. Doutoramento daria o direito a uma AR15, que seria os motoristas de carreta. Poderia morrer muita gente inocente, mas não menos do que agora. Ladrão ia pensar duas vezes antes de te abordar e pedir para você passar tudo a ele. Além de correr o risco de assaltar um "mestre", poderia ter um "doutor" por perto. Dizer que população armada é um perigo é balela. Um carro é uma arma muito maior que qualquer revólver. Se quando a indústria automobilística começou e no primeiro acidente com morte aparecesse um "gênio" para proibir o uso de carros por particulares e os enquadrasse como armas, só teríamos transportes coletivos hoje em dia. Riscos corremos todas as horas, quando você vai para uma cirurgia, quando entra em um avião ou mesmo taxi, mas confiamos que a carteira que autoriza médico, piloto e motorista a fazer a sua função é verdadeira. São pessoas treinadas e habilitadas. Será que usar um revólver é mais difícil que um bisturi, ou um automóvel? Eu sou engenheiro e tenho mestrado em calculo estrutural. Isso me permite construir prédios de vários andares, pontes para passar milhares de veículos por dia, barragens para represar milhões de metros cúbicos de água, e se for incompetente em uma dessas funções, posso matar um monte de gente, inundar cidades e até destruir países. Fui eu que calculei os servo-motores que sustentam as comportas da tomada d'água de Itaipu. Deveria poder portar um 44 magnum após fazer os cursos adequados, treinar em usar de maneira e na hora certa, como todo sujeito habilitado. De tempo em tempo teria que renovar sua carteira e fazer um treinamento com simulador e tudo mais. Pode parecer loucura, mas não maior que pensar que o governo faz propaganda gratuita para o bandido, mandando você entregar tudo sem reagir. No nosso pantanal, todos andam armados e tenho certeza que o índice de acidentes com armar de fogo não é diferente de qualquer outro lugar. Usam, sabem usar e a respeitar quem esta usando. Na minha cidade tem dois a três assaltos por dia, enquanto assalto em fazenda é a coisa mais difícil de se ouvir falar. O bicho sabe que será recebido a bala e perseguido até ser pego. A solução está aí, mas o governo achou de entrar numa campanha de desarmamento. Acho que o sindicato dos assaltantes que entraram com uma representação solicitando isso e foram atendidos.
Gostaria de saber das estatísticas, se depois disso o crime, ou mesmo os raros acidentes, amplamente noticiados, com armas de fogo diminuíram. Aposto que não, muito pelo contrário. Agora assaltam em arrastão. Entram 3 putos em um restaurante, fecham as portas e fazem um assalto coletivo, carregado tudo de todos. Enquanto não aprovam alguma medida extrema continuaremos a ser roubados. E a ficar com o rabo entre as pernas, mas isso já aprendemos bem. Viva o faroeste.
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Carteirinha de viciado
Depois da doação compulsória, que resolveria dois problemas simultâneos, o da fila para receber órgãos transplantados e o de fazer com que muito bicho ruim servisse a sociedade de alguma forma, o próximo passo seria acabar com o tráfico de drogas. Atacar o mal pela raiz, ou seja, acabar com o mercado consumidor. Se o vício é uma doença, vamos fazer uma carteirinha para o bodado. Seria, literalmente, o louco de carteirinha. O nego que for pego portando drogas e não tiver a carteirinha vai em cana por tráfico. Quem for viciado, tem uma data limite para tirar a sua autorização de porte de drogas. Após essa data, onde todos os viciados estariam devidamente cadastrados, e não se autorizaria a mais ninguém se tornar um viciado. Essa desculpa de ser uma doença seria amplamente divulgada e a partir daquela data do fim da emissão, quem entrasse nessa, seria de forma consciente que estaria cometendo um crime e ponto final. Não tem desculpa que o negócio é bom e o cara se vicia sem querer. Sexo também é bom e nem por isso você pode sair por aí estuprando toda mulher gostosa e provocativa que sai na rua. Com o tempo os consumidores iriam diminuindo, morrendo ou se curando, o governo forneceria drogas de qualidade para os associados de carteirinha, e o comércio seria pouco lucrativo.
Guilhotina para político corrupto.
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Hino a Corumbá
"Corumbá destes meus sonhos,
e dos meus primeiros dias
ainda sinto o calor
como raio de saudade
dentro do meu coração.
Os teus dias tão risonhos
Tem pra mim tanta alegria
até a lua com fulgor
Parece não ter vontade
de deixar este torrão.
Corumbá, eu quero ter (bis)
Sob o teu seu céu tão brilhante
Feliz viver.
Vejo encantos primorosos
nas tuas verdes colinas
em tuas águas serenas
no teu céu onde o cruzeiro
cintilante sempre está
Em teus prados tão mimosos
marchetados de boninas
em tuas noites amenas
em teu luar tão fagueiro
tens luar tão fagueiro
tens encantos Corumbá!
Corumbá, eu quero ter (bis)
Sob o teu seu céu tão brilhante
Feliz viver.
E quando teus horizontes
A frouxa luz do poente
se matizam de mil cores
de saudade fica presa
nossa alma juvenil.
Rendilhada de altos montes
tendo aos pés àguas silentes
bela terra dos amores
Corumbá, és a princesa
Do ocidente do Brasil!
Corumbá, eu quero ter (bis)
Sob o teu seu céu tão brilhante
Feliz viver."
Foi escrito por Luis Feitosa Rodrigues e só fiquei sabendo disso agora, depois de velho, apesar de tê-lo cantado muito, sempre que embarcava no trem da Noroeste indo ou vindo de São Paulo quando lá estudava.
Muito lindo!
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Doação Compulsória
Ela é baseado em dois princípios fundamentais e estão em ordem de importância:
1) Nada é mais importante que a vida humana.
2) Todo ser humano que vive em comunidade deve, de alguma forma, ser útil a ela.
Baseado nesses dois princípios irrefutáveis, eu sou contra a pena de morte, que pode atender ao segundo postulado, para aqueles sujeitos que cometem crimes graves, como os hediondos, mas vai contra o primeiro.
Agora vamos analisar um grande problema brasileiro, que é a fila para transplante de órgãos. Tem gente séria, direita e capacitada, morrendo ou inválidos, deixando de servir a sociedade, postulado 2, pela falta de doadores de órgãos. Se no nosso direito penal fosse incluída uma pena do tipo de doação compulsória, que dependendo do crime, poderia ser uma córnea, um rim, duas córneas, dois rins, um pulmão, pedaço do fígado e por aí afora, esse problema estaria resolvido. Crime muito grave, depena o cara, deixe ele em estado vegetativo e salva um monte de gente de bem. É absurdo termos falta de sangue nos hospitais. Com milhares de presos nesse país, que lesaram a sociedade e presos continuam a explorá-la, pois temos que alimentá-los para não sermos roubados ou assassinados em troca de um bem que trabalhamos para adquirir, como que não tira o sangue desse povo todo e abastece todos os bancos de sangue do país. Quem acha desumano não tem um parente ou amigo que está na fila aguardando por uma doação ou morto em um assalto idiota. Vai haver muita gente contra, vão montar ong's contra isso, então negocia. Redução de pena, do tipo um litro de sangue por um dia a menos na cadeia. Um rim "doado" reduz a pena em um ano. Uma córnea vale dois anos. Só criar a bolsa de órgãos e deixar que a lei da oferta e procura estabeleça os valores. Vamos salvar um monte de vidas e a contrapartida vai ser uns bandidos caolhos e mono rins andando por ai, mas que deram a sua contribuição a sociedade.
Imaginem os crimes políticos, você vota no FdP e ele em vez de se satisfazer com seu salário e defender os interesses da sociedade que o colocou lá, faz o que? Rouba-a. Isso devia ser considerado crime hediondo e devia valer duas córneas e dois rins. Fica fazendo hemodiálise e já aproveita e coloca essa máquina no fórum. Aí quero ver o nego não aparecer nas datas certas para o juiz quando estiver em liberdade provisória. Quando pego, o que já é difícil, o cara só é suspenso temporariamente, normalmente volta a se eleger e continua roubando. Não conseguiram nem aprovar que ladrão não pode se eleger. É o rajá colocando tarados no seu harém para cuidar das suas esposas. É o fim do mundo. Somos uns cornos mesmo. Mas quem sabe, em um futuro próximo, aparece um nego de coragem e introduz a Doação Compulsória. Faço campanha para ele.
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Mattos
-Todos os fogões eram a lenha e tinham aquela chaminé que ia pra cima do telhado. Os carroceiros entregavam as lascas já cortadas na medida certinha e o comércio desse produto era muito grande. Assim que saiu o fogão a gás, seu tio Alcides encomendou uns 200 para a fábrica e outro tanto de botijões. Passaram 30 dias e não venderam um sequer. O povo não entendia o porque daquilo, que ia queimar um combustível muito mais caro e ainda com o perigo de explodir tudo. Achavam a invenção mais besta do mundo. Quando viram que iam micar com aquilo tudo, o Alcides teve a idéia. Não se consegue vender uma coisa que não se conhece. Começou a instalar fogões nas casas dos melhores clientes, dando garantia que não explodiam, pois tinha um em casa há muito tempo (o que era mentira) e em 30 dias recolheriam de novo. Quem quisesse pagava o fogão com o botijão, quem não quisesse podia devolver e não pagava nada. Não teve nenhuma devolução sequer e 30 dias depois faltou gás na cidade e as reclamações foram ao contrário, que teriam que acender aquela porcaria de fogão a lenha. Em um ano 90% das residências tinham seu fogão a gás.
Quando ele me contou essa história e eu falei que desconhecia a mesma, ele completou:
- Você não sabe também da Exxom?
Nem esperou eu confirmar a negativa e já emendou:
- Quando eu entrei na firma, eles vendiam gasolina em lata, dessa Exxon que depois virou a Esso. Na realidade era em galão. Não tinha bomba de combustível. O cara chegava à loja e pedia tantos galões. Levava embora e ia abastecer o carro em casa. Era um tempo muito diferente desse nosso. Agora já me falaram que nem bomba vai precisar mais. Vão ligar o carro na tomada. Aqueles eram bons tempos e seu pessoal trabalhava muito e nunca vi portuguesada mais inteligente que aquela. Além de inteligente, eles tinham uma "inteligência".
Pela minha cara de "não entendi" ele completou:
-Tinha a Comissão Mista formada pelo Brasil e Bolívia para construir a estrada de ferro Corumbá - Santa Cruz. Os compradores tinham uma comissão, não porque faziam parte da "Comissão" Mista, mas para tirarem um por fora e a concorrência fez com que elas fossem aumentando. No final o lucro ficava com esses compradores, até que seu pai resolveu infiltrar um espião na empresa. Ele ganhava um salário dos Marinhos para passar os pedidos de compra antecipada. Aí seu pai ia e comprava tudo dos concorrentes. A mercadoria vinha toda de São Paulo e entre a passada do pedido por carta, ou a visita do viajante, e a chegada dela aqui era no mínimo dois meses. Na hora da concorrência só nós tínhamos os produtos e ganhávamos todas. Quando os concorrentes descobriram já tinha acabado a construção da estrada.
Ele contava isso e dava risadas. Agora o Mattos é dono de um restaurante. Fica na Avenida General Rondon quase esquina com a Frei Mariano e prometi que ia hoje lá. Dizem que a comida é muito boa, mas vou mesmo é para conversar com o velho Mattos. Ta certo que é um bom motivo para eu fugir de meu regime de calorias, que esta diminuindo a minha barriga e enchendo o meu saco. Vai ser um jantar nostálgico, mas tenho certeza que agradável e com histórias para originar outro Post. Aguardem!
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Pratos inesquecíveis
Estava com 27 para 28 anos e fui para Recife, participar de uma concorrência, e fiquei hospedado num hotel, na praia de Boa Viagem, e acho que era esse o nome do hotel também. No primeiro dia, estava almoçando sozinho e comendo o que o garçom tinha sugerido, "lagosta no abacaxi". O cara pega um abacaxi inteiro, abre no meio, no sentido longitudinal, e cavuca o miolo. Parte do que saiu é cortado em cubos e vai para um molho branco onde tem pedaços de lagosta. Depois de pronto volta aquele creme para dentro do abacaxi. Como o abacaxi e a lagosta tem o mesmo tamanho e na medida certa de uma garfada, cada uma é um suspense, pois você não sabe de pescou uma lagosta ou abacaxi, e os dois por demais saborosos. Viciei no prato e passei três dias almoçando e dois jantando isso. Inesquecível número 2. No ultimo dia da nossa estada, chegou o gerente do comercial da empresa, o Adilson Wanderley, para finalizar os acordos que eu passei fazendo e jantamos juntos. Contei a ele sobre a lagosta e ele, que já conhecia o prato, me sugeriu um outro. Fiquei relutante, pois ao mesmo tempo que já o tinha comido 5 vezes, era a despedida. E se não gostasse da sugestão dele? Para resolver o problema ele se prontificou a comer a lagosta com abacaxi. Qualquer coisa nós trocaríamos. Pedi então a sua sugestão, a "moqueca de Siri Mole". Em quatro dias acrescentei dois pratos inesquecíveis a minha lista. O siri mole é aquele pescado a noite, pois está sem a sua casca dura, ou porque esta trocando ou porque não se formou ainda. Essa parte da explicação eu esqueci, mas a coisa era boa demais. Ficou com 3º lugar.
O bacalhau ao forno de mamãe, receita de vovó Emilia, com batatas, cebolas e tomate. Eu e papai comíamos uma travessa inteira e, apesar de ter muito azeite ainda regávamos mais ainda com aqueles de oliva puro. Fica em quarto porque tem que classificar.
O 5º lugar vai para o "Camarão a Provençal" do "Tomates & Bananas". Você fica exalando alho por três dias e ainda assim vale à pena.
Teve outros que deliciei ao longo da minha vida e de alguns nem consegui saber o nome direito. A avó de meu genro, a Dona Elisa, faz um prato armênio de carne com uma massinha, chamada Mantan, que é de matar. Você, simplesmente, não consegue parar de comer. Fica em 6º.
A "Sopa Leão Veloso" que eu e papai saíamos de Taubaté para comer no Rio de Janeiro, no "Cabaça Grande" era maravilhosa. Tinha todos os frutos do mar e vinha naquelas cumbucas de barro e super quente. A tinta do polvo fazia parte daquele caldo, tornando-o mais feio e gostoso, pois o aspecto não era bonito. Talvez seja injustiça classificá-la em sétimo mas não tem como baixar nenhuma das anteriores.
O 8º e último prato digno de nota vai para a rabada de nossa cozinheira Angela. Vem com batatas e feijão branco, bem molinho e com um caldo grosso. E um rabo que você tem que comer de joelhos, sem trocadilhos e nem segundas intenções, principalmente para os que conhecem a Ângela.
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Corumbá
Sou da época em que as únicas ruas pavimentadas eram a frei Mariano e a Delamare e com paralelepípedos. A Avenida General Rondon, uma das mais importantes, era de chão batido e nela fazíamos buraco para jogar bolitas. Para diminuir a poeira o pessoal molhava a rua. Uma das imagens antigas que tenho na memória é a de tio Vicente, de pijamas e mangueira na mão, fazendo isso na rua 7 de setembro. A primeira tentativa de asfalto foi na rua 15 de novembro. Houve até inauguração e foi uma alegria ver aquela coisa preta, lisinha e que não fazia poeira. Alegria que durou pouco, pois devido à inclinação da rua e a temperatura de mais de 50 graus sob o sol, aquele piche derreteu todo e começou a escoar rua abaixo.
Os cines Santa Cruz, Tupi e o Anache, eram muito bons e nos proporcionaram momentos inesquecíveis. Sou do tempo que beijo na boca de namorada era só no escurinho do cinema. O nosso clube Corumbaense era palco de muitos bailes de férias, onde todos os namorados aproveitavam para dançar abraçadinhos. Era a única hora em que a rígida sociedade Corumbaense admitia que um rapaz pudesse passar os braços pela cintura de uma moça e ficar de rosto colado com ela na frente de todos. Como era bom. Era a hora das “encochadinhas”, dada as escondidas, que delícia. Hoje é tudo diferente, não tem mais o prazer da sedução, do escondido. É ripa na chulipa direto. Beijo na boca escancarada é na cara escancarada da sociedade.
Não tinha crack, cocaína, maconha. Era cigarro, Cuba Libre e para os mais avançados, no carnaval, uma lança perfume. Casa de prostituição, que nós chamávamos de Bordéu ou Zona, tinha que ter uma lâmpada colorida na porta, para não ter perigo de nenhum incauto inocente entrar naquelas casas de "mulheres da vida", olha como eram classificadas, sem saber. O nosso inicio sexual foi com profissionais, que é como tem que ser as coisas bem feitas. Teve muito treinamento antes, mas os finalmentes...
Mas tudo isso faz parte de um passado por demais gostoso, se eu pudesse voltaria para lá.
Para ir às matinês de domingo, trocar gibis e ver Flash Gordom, com seus foguetes futuristas.
Para ir a noite à casa de Tia Dirce com meus pais visitar o vovo Marinho e ficar na rua brincando de "cola pau", "ovo na agulha" e "pegador".
Para escutar a sirene do moinho matogrossense tocando a uma hora da tarde, em ponto, comigo dentro do Sinca Chambord de papai e estacionado no mesmo lugar que ele parou na hora do almoço e eu roubei para dar uma volta.
Para ir no seu Ermínio comprar picolé de coco e comer de trás para frente e não dar o meu finzinho, cheio de coco para meu irmão pidão, Tontonio.
Ficar sentado na porta com a família vendo o movimento e conversando com seu Alexandrino e Dona Linota, nossos bons vizinhos. Não tinha essa televisão que a família fica assistindo o dia inteiro e faz com que você saiba o que acontece no mundo todo e ignore o que está acontecendo a sua volta.
Para ver a Alice com suas covinhas.
Tudo são coisas de meu passado e inesquecíveis.
Mas vou parar de lembrar-me dele, pois estou ficando com os olhos marejados de lágrimas e sou da época em que "Homem não chora".
Mas que saudades, meu Deus!