sexta-feira, 2 de julho de 2010

Atira no peão

Estava em uma das nossas caçadas ao porco do mato, por volta de 1980. Estava Cauto no volante, Maria Lúcia (minha irmã), Beá, Mena (minha cunhada) e mais um lote de gente na cabine da Toyota cabine dupla, e na caçamba, os atiradores: Pedro (meu cunhado) e eu, mais um peão de perna curta, não lembro mais o nome dele, que foi para abrir porteiras.

A caçada eu já falei como era, só capado, que eram os porquinhos que os peões pegavam e castravam. Estávamos saindo de uma mata e entrando em um largo quando vimos o lote. Era um capadão com uma porca e vários leitõezinhos. Como estávamos entre o lote e a mata eles correram pro largo, todo o lote. Nunca erramos tanto tiro juntos. Com medo de acertar a porca e os leitõezinhos, carregamos as armas umas três vezes, mas era o dia do capado. Num largão daqueles e não tinha jeito. Até que lá pelas tantas, o Cauto já tinha botado a porcada na roda não deixando eles irem para o mato e já não tínhamos mais balas, e o peão resolveu ajudar e me pula da caçamba e começa a correr atrás dos porquinhos. Aí, além da porca e dos porquinhos, tinha a porra do peão na linha de tiro. O Pedro vira pra mim e fala:
- Cuidado, vai acertar o peão!
Ao que respondi:
- Mas no que você pensa que estou mirando? Acerta esse porra que vamos pagar O mico se ele pegar o capado com as mãos!!

Suspendemos o fogo e ficamos olhando o pernas curtas. Como corria. Pulou sobre um leitãozinho, pegou o bicho, levantou e com ele embaixo do braço foi atrás do outro. Quando estava perto, boleou um e passou uma rasteira no outro, e voltou para a Toyota com os dois leitões em baixo dos braços. Todo mundo aplaudindo e nós com cara de bunda. Dos leitões um era fêmea e soltamos. O machinho, castramos, assinalamos e soltamos também. O capado deve estar vivo até hoje. Bons de tiros como éramos, o bicho deve ter o corpo fechado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário