Estava em uma das nossas caçadas ao porco do mato, por volta de 1980. Estava Cauto no volante, Maria Lúcia (minha irmã), Beá, Mena (minha cunhada) e mais um lote de gente na cabine da Toyota cabine dupla, e na caçamba, os atiradores: Pedro (meu cunhado) e eu, mais um peão de perna curta, não lembro mais o nome dele, que foi para abrir porteiras.
A caçada eu já falei como era, só capado, que eram os porquinhos que os peões pegavam e castravam. Estávamos saindo de uma mata e entrando em um largo quando vimos o lote. Era um capadão com uma porca e vários leitõezinhos. Como estávamos entre o lote e a mata eles correram pro largo, todo o lote. Nunca erramos tanto tiro juntos. Com medo de acertar a porca e os leitõezinhos, carregamos as armas umas três vezes, mas era o dia do capado. Num largão daqueles e não tinha jeito. Até que lá pelas tantas, o Cauto já tinha botado a porcada na roda não deixando eles irem para o mato e já não tínhamos mais balas, e o peão resolveu ajudar e me pula da caçamba e começa a correr atrás dos porquinhos. Aí, além da porca e dos porquinhos, tinha a porra do peão na linha de tiro. O Pedro vira pra mim e fala:
- Cuidado, vai acertar o peão!
Ao que respondi:
- Mas no que você pensa que estou mirando? Acerta esse porra que vamos pagar O mico se ele pegar o capado com as mãos!!
Suspendemos o fogo e ficamos olhando o pernas curtas. Como corria. Pulou sobre um leitãozinho, pegou o bicho, levantou e com ele embaixo do braço foi atrás do outro. Quando estava perto, boleou um e passou uma rasteira no outro, e voltou para a Toyota com os dois leitões em baixo dos braços. Todo mundo aplaudindo e nós com cara de bunda. Dos leitões um era fêmea e soltamos. O machinho, castramos, assinalamos e soltamos também. O capado deve estar vivo até hoje. Bons de tiros como éramos, o bicho deve ter o corpo fechado.
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