segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Pacu de tia Eliney

Não lembro o motivo porque foram poucas as vezes que Mamãe viajou sem papai, mas lembro que em uma ocasião ficamos só nós dois em Corumbá. Eu estava no terceiro ou quarto ano ginasial e Mamãe deve ter ido acomodar Tontônio no internato no Arquidiocesano de São Paulo. Só eu e o velho aqui, vivíamos sendo convidados para almoçar na casa dos parentes. Num desses almoços, no Tio Julio irmão de Mamãe, a Tia Eliney sua esposa, fez um pacu ao forno. Era a coisa mais gostosa e bonita. Era um pacu muito grande e por dentro recheado de farofa e couve. Na mesa éramos 4 adultos: papai, tio Julio, tia Eliney e eu, pelo menos já comia como um, mais 4 crianças, os filhos de tio Julio, com idades de 3 a 8 anos. Podemos dizer que valiam por um adulto, então eram 5 barrigas. Tia Eliney foi destrinchando aquele peixe e nos servindo.
O bicho era tão grande que quando acabamos de comer, assim eu achava, a metade de baixo estava intacta. Quando achei que já vinha a sobremesa, papai pediu para virar o peixe, pois ele ia comer mais um pedacinho. Continuamos a conversa e só ele comendo com todo mundo, já de barriga cheia, olhando ele se deliciar com aquele pacuzão. Lá pelas tantas, Tia Eliney começou a ficar preocupada e perguntou:
- Alberto, não é por nada não, inclusive estou super feliz de ver que você gostou do meu peixe, mas você não está exagerando?
- Não Eliney, pode ficar tranqüila que não estou comendo a farofa. Eu não como muito, como devagar.
E comeu sozinho a outra metade.

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