segunda-feira, 13 de setembro de 2010

História para os netos III

10 de agosto de 2010, 20:00 hs.
Tenho até amanhã às 10:00 da manhã, para inventar uma história e contar na escola a convite do terceiro neto, o Antonio Pedro. Não sei mais o que inventar. Tudo que penso é politicamente incorreto. Antigamente a gente podia matar onça, índios e o que quizesse pois era tudo permitido. Que saudades dos tempos do John Waine, quando ele passava bala em tudo, do Gary Cooper, naquele filme cercado por mais de 1000 indios e ele sozinho dava cabo de todos. Agora, se o cara para se defender, der um pau em alguém, tem que prestar bastante atenção primeiro. Se ele estiver de rosa, ou tiver cara de bugre ou pele meio escurinha, você pode ser processado por discriminção, mesmo que tenha apanhado do sujeito. Tá foda. Mas lembrei de uma do Faísca e Fumaça.
“Tinha ido a Ponta Pora, lá era muito bom para fazer compras de produtos importados e estava com toda a família. As crianças podiam escolher um brinquedo cada um, o Daniel veio com um walk-talk e Guilherme com um morcegão de plástico na mão. Era todo preto, com uns olhos vermelhos e com aqueles dentões aparecendo. Era muito bem feito e devia ter uns dois palmos de envergadura, de uma ponta a outra da asa. O radinho eu entendi ele escolherem para comprar, mas o morcego? Me pediram tanto para comprar aquela coisa feia e eu, besta sem entender o porque da paixão pelo morcegão, acabei comprando. O plano já estava dentro da cabeça daqueles dois pestinhas e só descobri porque o tio Cauto deu um flagrante neles.
A vó Odilza morava em um sobrado com uma árvore bem na frente, na calçada. O que os praguinhas fizeram? Colocaram um fio de náilon passando pela arvore e indo até a sacada do sobrado. Na ponta eles amarraram o morcego e quando puxavam o fio o morcego subia, largava o fio o morcego descia, e tudo isso balançando as asas. Toda vez que aparecia alguém, do outro lado da rua, com o walk-talk, um avisava o outro para se preparar. Quando a vítima esta bem embaixo da árvore, o de cima soltava o morcego na cabeça da vítima e quando o coitado quase se borrava nas calças de susto, eles rachavam de dar risadas. A brincadeira foi até pegarem uma velhinha brava que descobriu a bricadeira e isso na hora que o tio deles estava chegando. Foi aquela bronca e escondi o morcego, mas no dia seguinte, nova reclamação. Não sei onde arrumaram uma aranha e assustaram um velhinho de um tanto que ele até fez xixi nas calças. Aí não teve jeito e ficaram de castigo uma semana sem ir na casa da avó. Igual a essa tem um monte e da próxima vez eu conto outra.”
Encerrei a terceira história. Ainda faltam Benjamim, Isabella e Lara. Haja imaginação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário