Essa tenho que contar com muito cuidado. Envolve coisas importantes e delicadas. Foi quase a minha primeira vez. Ela se chamava Elizabeth. Posso citar o nome porque é bastante comum. Devia ser começo dos anos 60 e estava com 10 para 11 anos. É, no interior essas coisas começam mais cedo. Ela era a faxineira lá de casa. Branca, 15 para 16 anos, bonitinha, cinturinha fina, os melões já amadurecidos. Uma vez escutei papai fazendo algum comentário com Mamãe, que esse tipo de empregada devia ser evitado onde tinha rapaz entrando na adolescência com níveis de testosterona muito altos, se referindo ao Tontonio, que estava com 13 para 14 anos. Só que ninguém sabia mas eu estava no páreo também. Começamos a perseguição. Ela limpando o chão, passava e começava com um esbarrãozinho, seguido com umas pegadinhas. Ameaçava de contar para Mamãe e como não contava, eu achava que estava gostando. Fiz a primeira proposta:
- Ajudo a limpar o quarto se deixar eu pegar nos melões.
Negócio fechado, aprendi a passar pano e até enceradeira. A cada dia a coisa ia ficando mais quente. Por cima da roupa, por baixo e por aí ia. O quase grande dia foi quando a convenci de nos escondermos atrás do guarda roupa do meu quarto. Para facilitar a limpeza, minha mãe era psica com limpezas, ele ficava de canto, e como era grande, entre as duas paredes, catetos de um triângulo retângulo, e o guarda roupas de hipotenusa, sobrava uma área muito interessante e escondida. Convenci, depois de uma cantada ensofrega, a Betinha, assim a chamava nessas horas de tensão (o n é para enganar os menores de idade), a ir comigo para lá. Estávamos na maior das alegrias naquele esconderijo, meio desnudos, faltando só as últimas peças de cada um, eu já doidão, querendo subir no guarda roupa, quando aconteceu.
Vi primeiro uma sombra pela entrada do nosso esconderijo e logo em seguida a cabeça. Ela escondida atrás de mim que estava só de cuequinha. Saí do estado de choque com o grito de mamãe:
- Seu moleque, o que vocês estão fazendo aí? Desce e me espera na varanda com seu pai. Elizabeth, sua vagabunda, vista essa roupa e suma da minha frente. Vou contar tudo para sua mãe.
Vesti o mais rápido que podia, não tinha muito também e fui pra varanda. Papai que tinha escutado os gritos de mamãe, perguntou:
- Que aconteceu lá em cima?
- Mamãe zangou de eu estar ajudando a Elizabeth limpar o chão atrás do guarda roupas.
- Hein!! É você e não o José Antonio que esta atropelando a menina. Você já tem idade pra isso rapazinho?
Respondi meio orgulhoso:
- Ia ver, mas Mamãe chegou antes e vai sobrar pra você.
Aí eu comecei a admirar meu pai mais ainda quando ele disse:
- Vai pra casa de sua tia Dirce. Eu seguro a barra por aqui.
- Da Elizabeth também? - Perguntei.
Ele não respondeu mas posso jurar que vi um brilhozinho sacana em seus olhos.
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