segunda-feira, 9 de julho de 2012

Timóteo Mujica


Uns meses atrás, me despedi de um grande amigo do passado, Luis Timóteo Mujica. Já falei dele aqui neste blog, da época em que eu namorava a sua irmã e ele paquerava a filha do almirante: um post com o título de "PequenasConfusões", em 17/10/11. Com 62 anos, um ataque cardíaco levou meu amigo dos velhos tempos. Mas essa é a vida depois dos 60, temos que ficar com as malas prontas e torcer para que a viagem para o outro lado seja de primeira classe. A dele foi: ataque fulminante, sem sofrimentos demorados. Mas o interessante aconteceu durante o velório, e agora, pouco tempo depois, entendo e acredito no que me falaram outro dia. Um fato que pensava ser do além foi a explicação da sincronicidade do universo. Essa coisa – gosma, como diz a minha filha psicóloga – de que todo mundo está ligado e faz parte de um grande e único movimento. Como um corpo que se desloca, formado de milhões de átomos em constantes movimentos brownianos, mas, no conjunto, se deslocando juntos e na mesma direção resultante. Mas vamos aos fatos. 
Eu devia ter uns 15 anos, estava estudando em São Paulo e nas primeiras férias aqui, fui com o Timóteo para a fazenda Passarinho Preto, de seu pai, na beira do rio Paraguai, e a uns 50 Km de Corumbá. Subíamos de barco e a viagem demorava algumas horas. Era daquelas lanchas de motor de popa e ele ia no motor e eu na proa, pegando vento na cara. Me lembro dele cantando a música "Ádios Muchachos". Ia com um chapelão de palha, barbela apertada para o vento não tomá-lo dele, e cantava bem alto. Estava feliz, pois era seu primeiro trabalho de responsabilidade. Não me lembro de ter escutado essa música novamente, mas ela me marcou, e eu vivia cantarolando o seu refrão. No seu velório, quando me aproximei para me despedir dele, de um bar perto de onde ele estava sendo velado veio, de uma maneira muito clara, a música. Na hora achei que era algo sobrenatural, tal a coincidência. Como não conhecia a letra por inteiro e só o seu refrão, pesquisei e achei; e de tão interessante, resolvi deixá-la registrada aqui.

ADIOS MUCHACHOS

Letra: Cesar Felipe Veldani
Música: Julio César Sanders


Adiós muchachos, compañeros de mi vida,
barra querida de aquellos tiempos.
Me toca a mí hoy emprender la retirada,
debo alejarme de mi buena muchachada.
Adiós muchachos. Ya me voy y me resigno...
Contra el destino nadie la talla...
Se terminaron para mí todas las farras,
mi cuerpo enfermo no resiste más...

Acuden a mi mente
recuerdos de otros tiempos,
de los bellos momentos
que antaño disfrute,
cerquita de mi madre,
santa viejita,
y de mi noviecita
que tanto idolatré.
Se acuerdan que era hermosa,
más bella que una diosa
y que, ebrio yo de amor,
le di mi corazón!
Mas el Señor, celoso
de sus encantos,
hundiéndome en el llanto,
me la llevó.

Es Dios el juez supremo.
No hay quien se le resista.
Ya estoy acostumbrado
su ley a respetar,
pues mi vida deshizo
con sus mandatos
llevándome a mi madre
y a mi novia también.
Dos lágrimas sinceras
derramo en mi partida
por la barra querida
que nunca me olvidó.
Y al darle, mis amigos,
el adiós postrero,
les doy con toda mi alma,
mi bendición.

Foi com esse fundo musical que me despedi do meu velho amigo.
Que Deus o tenha.

4 comentários:

  1. Esse Luiz Timóteo Mujica é o Luiz Timóteo Mujica Filho que morava na Avenida Afonso Pena em Campo Grande?

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  2. Esse Luiz Timóteo Mujica é o Luiz Timóteo Mujica Filho que morava na Avenida Afonso Pena em Campo Grande?

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