segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Choulian, O jeitoso

Já contei outras vezes sobre como o Choulian era desajeitado. Tinha uma inteligência totalmente fora da curva e talvez até seja esse o motivo de tanto estabanamento. Embarcamos num vôo de São Paulo para Salvador. Eu já sentado no meu lugar quando ele foi se sentar e conseguiu enganchar o bolso da calça no braço da cadeira. Assim que escutou o barulho da costura se abrindo, levantou-se rápido para examinar o estrago. Nesse momento acenderam-se as luzes para colocar o cinto e ele senta novamente cuidando o lado esquerdo para não enganchar de novo. Enganchou o direito. Chegou em Salvador com o paletó abotoado.
Fizemos a reunião e fomos almoçar com o cliente. No restaurante, comendo uma moqueca de siri mole, o garçom se aproxima para servi-lo no momento em que ele se vira para falar comigo e enfia o cotovelo nas pelotas do garçom. Por instinto o bicho se reclina e derrama o caldo da moqueca em seu paletó. Queria que o Choulian tirasse para ele mandar limpar, mas com as calças rasgadas não era possível. Resolveram dar jeito com ele no corpo dele mesmo e jogaram um ante mancha nele. Era um pó branco que nem talco e o paletó era preto. Ninguém conseguia olhar para o Choulian sem rachar de dar risada e por incrível que pareça ele não percebia o quanto estava engraçado.
Em outra viagem, íamos para o Rio e ele resolveu ir em seu Maveric. Eu estava nas mesas com os calculistas que ficavam no final de um grande salão. Estava conversando com a d. Virgínia, sua esposa, quando ele do meio do salão me grita:
- Tadeu, amanhã nós vamos no meu carro para o Rio.
O Laércio, um dos engenheiros de projeto e muito gozador fala para mim num tom de voz que todos que estavam a sua frente escutaram, mas o Chouliam as suas costas não.
- Leva o terço.
Isso servia para testarmos o nosso controle de ficar olhando para ele sem esboçar o menor sorriso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário