terça-feira, 11 de maio de 2010

A origem

Foi nas nossas últimas férias. Estávamos em Paraty, na casa da Laura, com Beá, Guilherme, Ana e filhos. Na realidade, Guilherme & Cia que estavam na casa da Laura. Eu e Beá ficamos em um hotel vizinho. Sempre que me convidam para passar uns dias lá, fazem isso. Enchem a casa de gente e me colocam no hotel. Até que gosto pois a bagunça que fica é coisa de louco. São três crianças de Laura, dois de Guilherme e mais duas da Ju, que é uma das melhores amigas e vizinha da Laura lá em Paraty.

Estávamos na piscina do hotel quando comentei que estava triste pois minha memória estava começando a falhar. Estava esquecendo nomes de amigos de infância, datas e muitas das histórias de meu pai estavam se perdendo. Quando comentei isso a Laura deu a ideia do Blog. No começo questionei que escrever nunca foi o meu forte. Sou matemático e tudo que sei de Português aprendi com a Maria Teresa. Mas não vi alternativa. Pensei: Mesmo que fique uma merda só, estará tudo registrado. Daqui a 10 anos, vou contar uma história, esqueci o nome do protagonista, consulta o blog. Os filhos e já alguns netos estão acompanhando. A Laura é minha editora e o Beto diretor de fotografias. Escrevo no meu Iphone só com o dedão e peguei uma prática que acho que ganho de muita secretária boa com 10 dedos. Tá certo que a Laura reclama pacas que como os til e os cedilhas. Em compensação, não fico parado. Aguardando almoço, em vez de ficar comendo besteira, vai blog. Pessoal vendo novela e ninguém quer conversar, blog de novo. Quando lembro de alguma coisa que me marcou, anoto nas pendências para escrever um dia.

Muitas vezes acontece de alguém ler e dizer que troquei as bolas. Talvez no final, se é que vai ter um, eu escreva uma errata, ou se um dia publicar isso tudo, conserto antes. Por enquanto vai do jeito que está. Papai era escritor e poeta e ganhou medalhas em concursos nacionais. Penso sempre em como ele ficaria feliz de ter um blog dele. Infelizmente a evolução da internet não o alcançou. Muitas vezes ele escrevia e dava para o Raul comentar e quando ele gostava, falava: Alberto, isso não foi você que escreveu. Você é muito burro para escrever um trem tão lindo desse. Ou copiou de alguém ou foi psicografado. Apesar do burro, papai ficava todo garboso. Talvez eu, um dia, psicografe ele. Vou ser o Tadeu Xavier.

Um comentário:

  1. marleneanita@uol.com.br5 de junho de 2012 às 10:01

    muito legal!esses probleminhas são por conta de sermos sexigenarios!?abraços!

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