segunda-feira, 17 de maio de 2010

Casamento de Genarinho

Genarinho era meu primo por afinidade. Seus pais, Tio Pires e Tia Mena, eram amigos de meus pais desde a época de solteira de mamãe. Quando criança sempre que ia a São Paulo era obrigatório passarmos um fim de semana juntos. Eles moravam no bairro Pinheiros e o Genarinho, que era filho único, tinha uns brinquedos muito legais. Ele era mais velho do que eu e mais novo que o Tontônio. Nós casamos primeiro e em 1976 casou o Genarinho. O Zé veio com a Lenir a São Paulo para esse casamento. Quem sabia o endereço da igreja e onde seria a recepção era o Chico, filho de criação de minha tia Meri (casada com Miguel Salomão um libanês brabo pra caramba) e combinamos de ir juntos, seguindo o Chico.

No meu Chevette íamos eu, Beá, Tontônio e Lenir. No carro do tio Miguel ia o Chico com Maria Ângela, vovó Salma, tio Miguel e tia Meri. Andamos pra caramba e percebemos que o Chico estava meio perdido. Acabamos chegamos na igreja já no final do casamento. Tinha uma baita escadaria e estávamos entrando na igreja com os noivos já fazendo os votos, quando Bea me falou:

- Não to legal. Acho que vou vomitar!

Conseguimos chegar na porta mas antes de descermos as escadas quando olhei para ela, parecia uma cera e já estava desmaiando. Consegui pega-lá antes de rolar escada abaixo, e no desespero, com ela nos braços corri para o carro. O Zé que tinha visto tudo correu atrás, e quando no caminho eu perguntava se ela estava bem, ela respondia:

- Mamãe, sapato.

Pensei que ela estava delirando até que vi que ela tinha perdido o sapato que era de Mamãe. Olhei e vi o Zé atrás já pegando o sapato. Quando cheguei no carro já querendo colocar os bofes pra fora também, ela olhou para mim e disse:

- Já estou bem.

Aí quem estava desmaiando era eu pois correr uma quadra com 55 kg nos braços é pra Clark Kent não pra Tadeu fumante Marinho. Tontônio voltou para a igreja para avisar o pessoal do ocorrido e só na entrada da igreja percebeu que ainda estava com o sapato de Beá. Para não assustar vovó que estava ao lado de Lenir ele mostrava o sapato e fazia sinal para que ela saísse.

Depois desse tremendo rolo, saímos da igreja e seguimos para a recepção. Sempre seguindo o Chico. Depois de muito andar, ele parou em frente a um buffet. Lembro-me de uma escadaria enorme e como estava começando a chover, paramos o carro em frente ao local para desembarcar o pessoal e fui procurar um local para estacionar. Quando cheguei na festa, estavam todos me aguardando para entramos juntos. O casamento muito chique, monte de gente filmando, já chegamos nos servindo de whisky e salgadinhos. Primeiro estranhei não ter encontrado ninguém para nos recepcionar e estava reparando nisso ao mesmo tempo em que fazia pose para as câmeras, quando vi o noivo. Estava um pouco longe mas desconfiei que não era o Genarinho. Quando fui falar com o Zé, ele disse que percebeu quando beijou a noiva. Tio Miguel quando viu que o Chico tinha nos levado, após aquele puta tempo, para o casamento errado, espumava. Só me lembro dele falando:

- Também, seguir galinha quer parar onde? Tem que ser no galinheiro.

Saímos de lá e fomos para outro buffet, mas entramos mais cautelosos. Aí estavam tio Pires com a tia Mena e os noivos corretos. Sentamos em uma mesa e começamos a comentar o ocorrido com Beá, quando ela mencionou que não se lembrava quando tinha vindo as suas regras pela última vez. Pensei com meus botões: para quem não ia poder ter filhos estou indo muito bem. Já não tinha dúvidas de que minha mulher estava prenhe de novo. Só não podia imaginar o que me aguardava. Mas a história ficou muito comprida. Vou deixar para falar de Daniel e Guilherme numa próxima vez, pois Laura, na época, tinha dois anos e 3 meses, Beto 9 meses, e os dois brutões já estavam a caminho.

Um comentário:

  1. Até hoje eu escuto: Seguir galinha quer parar onde? No galinheiro! Agora sei de onde saiu o proverbio! hehehe

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