Naquela época não tinha esse negócio de maternal, não tinha nem jardim de infância. Isso seria inventado uns dois anos depois de minha iniciação. Começava com o primário, onde você era alfabetizado daquele jeito de b a bá, e por aí em diante. Ia com papai levar o meu irmão, Tontônio, que era 3 anos e meio mais velho e ficava chorando que também queria ir.
Um dia acreditaram e fizeram essa judieira comigo. Com 5 anos me colocaram na escola Domingos Savio, ou colégio de D. Natercia. Lá conheci a Constancinha e me apaixonei. Foi o primeiro amor da minha vida. Só não deu certo porque eu tinha 5 anos e ela uns 18. Acho que só Mamãe sabia daquele amor, pois colocava sempre uma maçã a mais na minha lancheira e nunca perguntava pra quem.
Encontrei D. Constancinha muitas vezes depois que me tornei adulto, moramos na mesma cidade e sempre tive uma admiração muito grande por ela.
Uns meses atrás, eu com quase 60 anos e ela, sem parecer, passada dos 70, encontro-a em uma loja minha pagando as contas no caixa. Me dirigi a minha funcionaria e falei:
- Sandra, trate bem essa cliente pois foi a professora mais bonita que tive na vida, no que ela respondeu:
- Você hein Tadeu, que comerciante bom. Para agradar um cliente fala qualquer mentira.
E caímos na risada. Não tive a coragem de dizer, que não só era verdade como todo o resto. Continua sendo só meu esse segredo.
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