Era final de 1970. O Brasil tinha ganhado a copa do mundo pela terceira vez e éramos donos da Jules Rimet... até roubarem ela. Dizem as más línguas que foram uns argentinos. Estava engatado firme em um namoro e já para casar, esperando só pegar o canudo, quando terminamos tudo. Muito tristonho, resolvi ir para a Europa com o pessoal da MAUÁ que ia cursar o último ano e faria, como todos os anos, uma viagem de estudos. Estudavam os vinhos, cervejas, as mulheres italianas, espanholas e outras cositas mais e nos intervalos destes importantes trabalhos e quando dava tempo, iam se divertir e conhecer as indústrias de ponta da Europa, como a Mercedes, Herst e outras. Como a minha turma era formada por 50% de repetentes e muitos deles estavam nessa excursão, inclusive o presidente da comissão de viagem, o Ricardo Ravioli e o secretário, Gerson Tognini que eram os meus melhores amigos, eu estava totalmente enturmado.
Dia 02 de Janeiro de 1971, embarcamos na Varig com destino a Lisboa. A excursão era muito bem organizada e se chamava EuroMauMec 1971, euro de Europa, mau de MAUÁ e mec de Mecânica. Tínhamos até uniforme para as visitas. Uma calça cinza chumbo com um paletó preto, e o crachá da escola. Quando íamos fazer alguma besteira, a primeira coisa era tirar o crachá. Foi uma viagem de dois meses, começando em Portugal, seguido por Espanha, França, Bélgica, Inglaterra, Escócia, Noruega, Dinamarca, Suécia, Alemanha, Áustria, Suíça e Itália.
Cassino, conhecemos todos, e nosso prazer era estudar as máquinas e achar um jeito de ganhar delas, mesmo que necessitasse de métodos pouco convencionais, como da vez dos caça níqueis do cassino de Estoril. Descobrimos como era seu mecanismo e como lográ-lo e era muito simples. A hora que você colocava a moeda, a mesma fechava um circuito e acionava um contator para liberação a alavanca. Quando puxada a mesma abria o contator e ficava travada e para nova puxada era necessário nova moeda. Descoberto isso, percebemos que se enfiássemos umas 10 moedas sem puxar a alavanca, o contator ficaria travado fechado e poderíamos puxar a alavanca quantas vezes quiséssemos sem ter que colocar novas moedas. Ficava eu e o Ricardo, ele fingindo que colocava as moedas e eu puxando a alavanca. Quando nossos bolsos enchiam e o paletó ficava guenzo, um cuidava da máquina e o outro ia trocar as moedas. Na terceira noite os fiscais descobriram e não nos deixaram mais sozinhos, mas já tínhamos acumulado uns bons dólares e tido aquele prazer quase sexual de ter ganhado de quem não perde nunca.
Alem de roubar os cassinos, queríamos internacionalizar o Bráulio. Existia uma competição muito forte de quem traçaria a primeira européia. Apesar de sermos jovens, bonitos, prestes a entrar para uma classe dos com curso superior, cujo segmento era de menos de 1%, na época, éramos bons para o Brasil. Na Europa éramos pé de chinelo. Começamos paquerando só aquelas mulheres lindas, e em Portugal nem bola na trave. Quando falavamos que éramos brasileiros, as mulheres quase que faziam que nem o Paulinho do Nhato, colocavam as mãos na panqueca e saiam correndo. Tínhamos a fama de só pensar "naquilo". Em Madri, conseguimos tomar chá com umas espanholas e talvez até tivesse conseguido alguma coisa se não fosse pela burrice do Gerson. Estávamos com o Ricardo, em um desses bares cafés em Madri, quando na mesa ao lado sentaram três espanholas lindíssimas. Trocamos olhares e perguntei se podíamos juntar as mesas, pois éramos brasileiros e estávamos com dificuldades para fazer o pedido, pois o garçom não estava com paciência de nos explicar os pratos. Tudo isso falado em um Português perfeito, conclusão, elas não entenderam nada mas acharam muita graça. Numa segunda tentativa, com gestos e um castelhano de fronteira me fiz entender e juntamos as mesas. Tomamos o chá juntos, apesar de eu querer café, mas não era esse o objetivo real, e na saída já meio acertado que iríamos conhecer o bairro que elas moravam, uma delas cochicha no ouvido da outra e pede para esperarmos que ela tinha que voltar ao restaurante. Como já tínhamos apartado uma para cada um, a que retornou era a do Gerson. Ele, na hora se arrepiou todo, disse que tínhamos que ir embora, pois tínhamos compromissos e, como não entendíamos o motivo, resolvemos acompanhá-lo e largamos as três espanholas para trás. Posso até dizer que a minha, a Graziela, se despediu com os olhos marejados de lagrimas. Quando saímos que o Gerson explicou o motivo. Ela voltou ao restaurante para trocar o absorvente, pois ele escutou muito bem ela dizendo alguma coisa do seu paquete. O Ricardo, que falava italiano e sabia o que era paquete queria dar nele enquanto repetia, "paquete é pacote sua anta". Ela deve ter deixado algum pacote no restaurante. Voltamos correndo, mas só a tempo de vê-las entrar no taxi e saírem. Quase matamos o Gerson. Depois disso foi só fora.
Na França, só o Fernando Pio conseguiu chamar a atenção, ele era um moreno quase mulato, mas foi de uma bichona num mustang conversível. Ele seguiu o grupo por umas duas quadras. Não sabíamos em quem a linda estava de olho e começamos a nos apartar até que, quando ficou só o Fernando, ele, ou melhor, ela o abordou. Isso com todos gritando que a aposta era de comer panqueca e não podia ser acompanhada de salsicha. Na Bélgica, nem tentativa. Em Londres tinha uns pub's muito bons para paquerar, mas a língua era tora. Se já tínhamos se ferrado com o Dom Quixote, imaginem com Sheakepeare. Até consegui ir à boate com umas inglesas e fiquei bem animadinho pois ela respondia OK para tudo. Quando vinha algum amigo conversar com a gente, eu para tirar sarro falava a ele que teríamos uma noite de sexo selvagem ao que ela respondia com o "OK" dela. Mas o máximo que consegui foi um beijo nas bochechas na hora de despedir. Na Escócia tínhamos uma guia muito linda e achamos que dali ia sair o vencedor da aposta. Mas não teve jeito, o atropelo foi muito grande. Eram 19 homens dando em cima de uma única mulher e ainda por cima era Argentina. Na Noruega, necas de pitibiriba. Na Dinamarca, país do pornô, com as mulheres mais lindas que existem, as que podiam topar alguma coisa deviam estar todas trabalhando, pois nenhuma ao menos olhou para agente. Quando chegamos a Amsterdam e falaram da rua das vitrines, fizeram a primeira mudança de regras na aposta, pago não servia. Os 19, sem exceção foram para lá e foi uma das coisas mais interessantes da viagem. A rua das vitrines, como o nome diz, são casas em que o quarto tem uma janela de vidro com vistas para a rua, ou melhor dizendo, da rua tem vistas para o quarto. Ficavam as mulheres deitadas na cama com camisolas ou baby doll super provocantes esperando os clientes. O preço era do preservativo, e da ordem de U$20,00 dólares cada. Era obrigado a comprar da dona e a quantidade livre, sempre pagando 20 por cada um. Usar o mesmo duas vezes foi tentado pelo André, sem sucesso. Num perfeito holandês ela deve ter mandado ele tomar no rabo mas se éramos ruins de espanhol, imagine holandês.
Dia 02 de Janeiro de 1971, embarcamos na Varig com destino a Lisboa. A excursão era muito bem organizada e se chamava EuroMauMec 1971, euro de Europa, mau de MAUÁ e mec de Mecânica. Tínhamos até uniforme para as visitas. Uma calça cinza chumbo com um paletó preto, e o crachá da escola. Quando íamos fazer alguma besteira, a primeira coisa era tirar o crachá. Foi uma viagem de dois meses, começando em Portugal, seguido por Espanha, França, Bélgica, Inglaterra, Escócia, Noruega, Dinamarca, Suécia, Alemanha, Áustria, Suíça e Itália.
Cassino, conhecemos todos, e nosso prazer era estudar as máquinas e achar um jeito de ganhar delas, mesmo que necessitasse de métodos pouco convencionais, como da vez dos caça níqueis do cassino de Estoril. Descobrimos como era seu mecanismo e como lográ-lo e era muito simples. A hora que você colocava a moeda, a mesma fechava um circuito e acionava um contator para liberação a alavanca. Quando puxada a mesma abria o contator e ficava travada e para nova puxada era necessário nova moeda. Descoberto isso, percebemos que se enfiássemos umas 10 moedas sem puxar a alavanca, o contator ficaria travado fechado e poderíamos puxar a alavanca quantas vezes quiséssemos sem ter que colocar novas moedas. Ficava eu e o Ricardo, ele fingindo que colocava as moedas e eu puxando a alavanca. Quando nossos bolsos enchiam e o paletó ficava guenzo, um cuidava da máquina e o outro ia trocar as moedas. Na terceira noite os fiscais descobriram e não nos deixaram mais sozinhos, mas já tínhamos acumulado uns bons dólares e tido aquele prazer quase sexual de ter ganhado de quem não perde nunca.
Alem de roubar os cassinos, queríamos internacionalizar o Bráulio. Existia uma competição muito forte de quem traçaria a primeira européia. Apesar de sermos jovens, bonitos, prestes a entrar para uma classe dos com curso superior, cujo segmento era de menos de 1%, na época, éramos bons para o Brasil. Na Europa éramos pé de chinelo. Começamos paquerando só aquelas mulheres lindas, e em Portugal nem bola na trave. Quando falavamos que éramos brasileiros, as mulheres quase que faziam que nem o Paulinho do Nhato, colocavam as mãos na panqueca e saiam correndo. Tínhamos a fama de só pensar "naquilo". Em Madri, conseguimos tomar chá com umas espanholas e talvez até tivesse conseguido alguma coisa se não fosse pela burrice do Gerson. Estávamos com o Ricardo, em um desses bares cafés em Madri, quando na mesa ao lado sentaram três espanholas lindíssimas. Trocamos olhares e perguntei se podíamos juntar as mesas, pois éramos brasileiros e estávamos com dificuldades para fazer o pedido, pois o garçom não estava com paciência de nos explicar os pratos. Tudo isso falado em um Português perfeito, conclusão, elas não entenderam nada mas acharam muita graça. Numa segunda tentativa, com gestos e um castelhano de fronteira me fiz entender e juntamos as mesas. Tomamos o chá juntos, apesar de eu querer café, mas não era esse o objetivo real, e na saída já meio acertado que iríamos conhecer o bairro que elas moravam, uma delas cochicha no ouvido da outra e pede para esperarmos que ela tinha que voltar ao restaurante. Como já tínhamos apartado uma para cada um, a que retornou era a do Gerson. Ele, na hora se arrepiou todo, disse que tínhamos que ir embora, pois tínhamos compromissos e, como não entendíamos o motivo, resolvemos acompanhá-lo e largamos as três espanholas para trás. Posso até dizer que a minha, a Graziela, se despediu com os olhos marejados de lagrimas. Quando saímos que o Gerson explicou o motivo. Ela voltou ao restaurante para trocar o absorvente, pois ele escutou muito bem ela dizendo alguma coisa do seu paquete. O Ricardo, que falava italiano e sabia o que era paquete queria dar nele enquanto repetia, "paquete é pacote sua anta". Ela deve ter deixado algum pacote no restaurante. Voltamos correndo, mas só a tempo de vê-las entrar no taxi e saírem. Quase matamos o Gerson. Depois disso foi só fora.
Na França, só o Fernando Pio conseguiu chamar a atenção, ele era um moreno quase mulato, mas foi de uma bichona num mustang conversível. Ele seguiu o grupo por umas duas quadras. Não sabíamos em quem a linda estava de olho e começamos a nos apartar até que, quando ficou só o Fernando, ele, ou melhor, ela o abordou. Isso com todos gritando que a aposta era de comer panqueca e não podia ser acompanhada de salsicha. Na Bélgica, nem tentativa. Em Londres tinha uns pub's muito bons para paquerar, mas a língua era tora. Se já tínhamos se ferrado com o Dom Quixote, imaginem com Sheakepeare. Até consegui ir à boate com umas inglesas e fiquei bem animadinho pois ela respondia OK para tudo. Quando vinha algum amigo conversar com a gente, eu para tirar sarro falava a ele que teríamos uma noite de sexo selvagem ao que ela respondia com o "OK" dela. Mas o máximo que consegui foi um beijo nas bochechas na hora de despedir. Na Escócia tínhamos uma guia muito linda e achamos que dali ia sair o vencedor da aposta. Mas não teve jeito, o atropelo foi muito grande. Eram 19 homens dando em cima de uma única mulher e ainda por cima era Argentina. Na Noruega, necas de pitibiriba. Na Dinamarca, país do pornô, com as mulheres mais lindas que existem, as que podiam topar alguma coisa deviam estar todas trabalhando, pois nenhuma ao menos olhou para agente. Quando chegamos a Amsterdam e falaram da rua das vitrines, fizeram a primeira mudança de regras na aposta, pago não servia. Os 19, sem exceção foram para lá e foi uma das coisas mais interessantes da viagem. A rua das vitrines, como o nome diz, são casas em que o quarto tem uma janela de vidro com vistas para a rua, ou melhor dizendo, da rua tem vistas para o quarto. Ficavam as mulheres deitadas na cama com camisolas ou baby doll super provocantes esperando os clientes. O preço era do preservativo, e da ordem de U$20,00 dólares cada. Era obrigado a comprar da dona e a quantidade livre, sempre pagando 20 por cada um. Usar o mesmo duas vezes foi tentado pelo André, sem sucesso. Num perfeito holandês ela deve ter mandado ele tomar no rabo mas se éramos ruins de espanhol, imagine holandês.
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