sexta-feira, 23 de abril de 2010

Pacu duro de comer

Essa papai me contava com uma certa vergonha. Mas ele achava engraçado mesmo tendo ficado por baixo.

Ele chegou no café São Paulo e estava o tio Patrão contando uma história para um grupo de amigos de um pacu que ele tinha comprado e passava 5 minutos descrevendo a beleza do pacu. Quando ele falou que não tinha conseguido comer o pacu, todos ficaram quietos e só papai, que tinha chegado por último, perguntou o porque dele não ter conseguido comer o pacu. O Patrão respondeu porque ele tinha o fiofó muito apertado. Foi aquela gozação em cima do meu velho. Quando estava todo mundo tirando sarro dele, vem chegando o Baiano, o poeta dos jogos florais. Papai pediu que todos ficassem quietos que ia passar a sacanagem para o Baiano. E resolveu florear mais ainda a estória e começou:

- Baiano, você não sabe o que me aconteceu. Comprei um pacu por 100 contos e não consegui come-lo.

- Conta outra Alberto, você vai lá pagar 100 contos num pacu.

- Oh Baiano, você não viu o tamanho do pacu.

- Alberto, você não paga 100 contos num pacu de jeito nenhum.

Para dar seguimento no trote, papai resolveu concordar e disse:

-Tá certo Baiano, você é esperto mesmo. Paguei só 50 mas era uma beleza de pacu, e ainda assim não consegui come-lo.

- Alberto, para. Você não pagaria nem 20 contos num pacu!

Papai já meio puto, pois nessa hora o pessoal já estava rindo dele de novo, falou:

- Ta bem, Baiano. Vou falar a verdade pra você. Eu ganhei a porra do peixe, uma beleza, mas não consegui come-lo. Sabe por que?

E se preparou para o momento triunfal, quando o Baiano respondeu.

- Claro que sei. Um peixe bonito desse, de graça, devia estar estragado.

E foi-se embora, deixando todo mundo rachando de rir de papai. Só aí que o pessoal contou para papai que quem tinha passado a estória primeiro em Patrão tinha sido o próprio Baiano.

Um comentário:

  1. muito boa, alias, tenho passado por aqui todos os dias , e confesso que viajo com essas histórias, ou melhor com essas doces lembranças,

    abraços
    Ana Cristina

    ResponderExcluir