quinta-feira, 29 de abril de 2010

O Regime

Choulian vivia de regime e era daqueles que na frente da sua esposa, D. Virginia, não saía de jeito nenhum. Agora, quando ela não estava perto, ninguém segurava ele. A noite assaltava geladeira, comia as coisas escondido, era violento.

Numa das viagens para reunião em São Paulo, fomos no meu carro e estava com Beá e Laura. Na volta sempre parávamos em um posto de estrada que tinha uma sorveteria cujo nome era Sem Nome. A Laura resolveu propor uma aposta para o Choulian: quem conseguiria comer mais sorvete, o que foi prontamente aceito com a condição de que D. Virgínia não ficasse sabendo. Entrei na aposta também e fiquei em terceiro lugar. O pódium foi o Choulian seguido de perto pela Laurinha. Beá, a única normal em assuntos de sorvete, ficou em quarto. Quando chegamos em Taubaté e fomos deixá-lo em casa, d. Virgínia na porta, nos fez entrar. Apesar de cansados resolvemos dar uma entradinha. Na recepção ela olhou para ele e disse:

- Não podia ter comido uma bola só? Tinha que tomar de chocolate, morango, flocos, creme e a medida que ia enumerando os sabores batia nas manchas de sua camisa, na altura da barriga. Ele mostrou toda a sua espiritualidade saindo com esta pérola. Virou para nós e disse:

- Isso é para vocês verem que o CREME não compensa.

Esse é o Choulian.

Um comentário:

  1. Passar por aqui todos os dias e me deparar com essas histórias tem sido muito divertido e ao mesmo tempo uma viagem a minha própia memória que me faz ter lembranças do meu passado e que estão no diário da minha memória para sempre

    Um grande abraço Senhor Tadeu
    Ana Cristina do Alessandro

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