Choulian vivia de regime e era daqueles que na frente da sua esposa, D. Virginia, não saía de jeito nenhum. Agora, quando ela não estava perto, ninguém segurava ele. A noite assaltava geladeira, comia as coisas escondido, era violento.
Numa das viagens para reunião em São Paulo, fomos no meu carro e estava com Beá e Laura. Na volta sempre parávamos em um posto de estrada que tinha uma sorveteria cujo nome era Sem Nome. A Laura resolveu propor uma aposta para o Choulian: quem conseguiria comer mais sorvete, o que foi prontamente aceito com a condição de que D. Virgínia não ficasse sabendo. Entrei na aposta também e fiquei em terceiro lugar. O pódium foi o Choulian seguido de perto pela Laurinha. Beá, a única normal em assuntos de sorvete, ficou em quarto. Quando chegamos em Taubaté e fomos deixá-lo em casa, d. Virgínia na porta, nos fez entrar. Apesar de cansados resolvemos dar uma entradinha. Na recepção ela olhou para ele e disse:
- Não podia ter comido uma bola só? Tinha que tomar de chocolate, morango, flocos, creme e a medida que ia enumerando os sabores batia nas manchas de sua camisa, na altura da barriga. Ele mostrou toda a sua espiritualidade saindo com esta pérola. Virou para nós e disse:
- Isso é para vocês verem que o CREME não compensa.
Esse é o Choulian.
Passar por aqui todos os dias e me deparar com essas histórias tem sido muito divertido e ao mesmo tempo uma viagem a minha própia memória que me faz ter lembranças do meu passado e que estão no diário da minha memória para sempre
ResponderExcluirUm grande abraço Senhor Tadeu
Ana Cristina do Alessandro