Isabela é a minha primeira netinha e a número 8 na ordem geral. Muito esperta e vive me aprontando cada uma que tenho medo de passar por mentiroso, ou no mínimo avo coruja quando conto as suas histórias. Ela é enlouquecida com esses joguinhos de celular e parece que já nasceu conhecendo todos, tal a intimidade com que manipula esse aparelhinho. Chegava em casa e ia direto pro meu colo dizendo:
- Vovô, empresta xeu xelular?
Teve um dia que resolvi não emprestar e respondi:
- Isabela, você só sabe falar isso?
- Como assim, vovô? Eu sei falar tudo.
- Então, você chega aqui, nem me da um beijo, não fala nada carinhoso para mim e já quer meu celular.
Enquanto eu falava ela prestava muita atenção, me olhando com aquelas duas bolitas parecendo umas jabuticabas maduras.
- Mas o que é para falar, vovô?
- Então, você tem que falar bom dia vovozinho. Tudo bem? Você está tão bonito hoje. E ai pede o meu celular, que vou ficar tão contente que vou te dar.
Desse dia em diante o comprimento é sempre o mesmo e sem pular uma letra, mas num ritmo muito engraçado. Ela corre para mim e fala sem respirar: "bomdiavovô.Vocetamuitobonitohoje. Mimprestaxeuxelular?"
Sempre me levava o aparelhinho até o dia em que, na fuçação, me apagou um programa. Resolvi colocar senha para que me lembrasse de avisar a ela, todas às vezes, que não podia mexer no que não conhecia para não apagar nada. Ela me pedia o telefone, daquele jeitinho cumprido, eu digitava a senha e entregava a ela. Na terceira vez, ela me falou:
- Deixa que eu destravo. Isso com três para quatro anos e sem saber ler nada ainda. Decorou a seqüência que eu batia os números.
Numa outra ocasião, ela sentada na mesa ao meu lado, me flagrou limpando a boca na toalha. Vira para mim e fala:
- Não pode limpar a boca na toalha. Para isso tem guardanapos. Minha mãe não gosta.
- Estou na minha casa. Sua mãe não apita aqui. - Falei isso para provocá-la.
Ela não perdeu o rebolado e falou:
- Minha avó também não gosta.
Joguei a toalha.
- Vovô, empresta xeu xelular?
Teve um dia que resolvi não emprestar e respondi:
- Isabela, você só sabe falar isso?
- Como assim, vovô? Eu sei falar tudo.
- Então, você chega aqui, nem me da um beijo, não fala nada carinhoso para mim e já quer meu celular.
Enquanto eu falava ela prestava muita atenção, me olhando com aquelas duas bolitas parecendo umas jabuticabas maduras.
- Mas o que é para falar, vovô?
- Então, você tem que falar bom dia vovozinho. Tudo bem? Você está tão bonito hoje. E ai pede o meu celular, que vou ficar tão contente que vou te dar.
Desse dia em diante o comprimento é sempre o mesmo e sem pular uma letra, mas num ritmo muito engraçado. Ela corre para mim e fala sem respirar: "bomdiavovô.Vocetamuitobonitohoje. Mimprestaxeuxelular?"
Sempre me levava o aparelhinho até o dia em que, na fuçação, me apagou um programa. Resolvi colocar senha para que me lembrasse de avisar a ela, todas às vezes, que não podia mexer no que não conhecia para não apagar nada. Ela me pedia o telefone, daquele jeitinho cumprido, eu digitava a senha e entregava a ela. Na terceira vez, ela me falou:
- Deixa que eu destravo. Isso com três para quatro anos e sem saber ler nada ainda. Decorou a seqüência que eu batia os números.
Numa outra ocasião, ela sentada na mesa ao meu lado, me flagrou limpando a boca na toalha. Vira para mim e fala:
- Não pode limpar a boca na toalha. Para isso tem guardanapos. Minha mãe não gosta.
- Estou na minha casa. Sua mãe não apita aqui. - Falei isso para provocá-la.
Ela não perdeu o rebolado e falou:
- Minha avó também não gosta.
Joguei a toalha.
Com a intuição feminina já funcionando , ela sabia que a Vovó jamais iria gostar daquela feiura!!!!
ResponderExcluirCoisa mais linda!!! Sou capaz de imaginar todas as caras e bocas que ela faz numa situação dessa!!! Linda a história!
ResponderExcluirbeijos com carinho