quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Dia a dia


1.Tenho duas casas de carne onde passo semanalmente para ver se está tudo em ordem. É o meu trabalho de campo nessa área.
Cheguei hoje cedo na da Delamare e lá estava ela, dona Constancinha, minha primeira professora. A cumprimentei efusivamente e falei à Sandra, nossa gerente, para tratá-la bem, pois tinha sido a minha primeira professora. Estava toda animado quando ela me disse:

- Não sei se você é uma boa propaganda para mim. 

Fiquei sem entender e já esperando por “alguma” pois ela é muito espirituosa. 

- Mas por que, professora?- perguntei.

- Então..., passei ali na rua 7 de setembro, onde você reformou as casas que eram de sua tia Dirce e que ficaram muito bonitas, por sinal, e colocou aquela faixa de aluguel. Não acreditei quando vi escrito "5 sala". Ou você muda o 5 para 1, que acho difícil pois vai baixar muito o aluguel, ou ponha o "s" na sala.

O "mardito" que fez a faixa assassinou a língua e eu não tinha visto o erro, mas não passou despercebido pela minha professora. Ainda não mandei arrumar a porcaria da faixa e se encontrá-la de novo é capaz de tomar outra e escutar que o "s" e na sala, que o cozinha esta certo.


2. Nossa vida social aqui se resume a filhos e netos. Saímos muito pouco, e esta semana fomos ao aniversario do Antonio Pedro, o neto de número 7. Como sempre a coisa é bastante segregada, tendo a roda de homens, a de mulheres e a criançada correndo no meio de todo mundo e fazendo bagunça. Foi quando o Armando Lacerda começou a contar seus "causos", um mais engraçado que o outro. Um dos bons foi quando um empregado seu foi ao médico para ver umas dores no "figo"(fígado). Após o exame clinico, o doutor perguntou:

- Seu Sebastião, pode ser sincero comigo. O senhor faz uso de álcool?

O peão olhou para ele e respondeu:

- Arco!! Olha dotô, num vô fala pro senhô que nunca fiz uso dele não, mas é só quando farta a pinga. 
O "figo" dele já tinha ido pro saco.


3. Na semana passada, saí para dar voltas de carro com o Tontonio. Normalmente sou eu quem vai no volante, mas dessa última vez ele foi visitar Mamãe que mora comigo e me convidou para a volta. Na entrada do carro me descuidei e fui para o lado do passageiro. Normalmente sou o motorista até quando o carro é o dele. Ele parou na Farmácia e descemos para as compras. Velho é assim, entra em Farmácia e fica vendo as novidades. Na saída, ele começou a conversar e não sei porque eu duvidei de alguma coisa. Ele parou o carro com a ré engatada, e seu outlander tem câmera de ré. Ele falando como se estivesse muito bem estacionado, isso na Frei Mariano e no meio da rua. Eu não conseguia tirar os olhos da tela e vendo o pessoal tirando fina fui ficando nervoso. Ele achava que era com o assunto e não me deixava falar para ele andar e tirar o carro da meio da rua. Só saiu depois que um cara deu uma freada atrás dele e ainda tive que escutar que em Corumbá só tinha barbeiro.
Continuamos passeando quando na rotatória da Major Gama com a Dom Aquino ele ficou em dúvida se tinha comprado um de seus remédios na Farmácia. Não teve duvidas, parou o carro no meio da rotatória, virou para trás, pegou o saco da Farmácia e começou a conferir os remédios todos, como se estivesse numa das estradas da fazenda. Foi fazendo aquela puta fila e ele não se tocava que era por causa dele. O bicho tá barberinho, barberinho.

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