Estávamos na fazenda, Laura com o Zé Carlos, os filhos Rafael e Thiago na época meus únicos netos, e se mais gente já não me lembro. Thiago era de colo e Rafael com 3 anos ficava o dia todo comigo pois não tinha ninguém de sua idade para ele brincar. Ficávamos na areia da praia da casa brincando e quando tinha que fazer algum serviço ele ia comigo. Então descobrimos que na fazenda Santa Catarina tinha uma criança da sua idade, neto de seu Assis, nosso amigo e vizinho.
O programa foi fazer uma visita a ele, para o Rafael passar a tarde com o amiguinho. No começo ele não queria ir e tive que contar uma história comprida, que era um garotinho que morava no mato, não tinha televisão e nunca viu um carrinho daqueles dele, e que ficaria muito feliz de ter um companheiro da mesma idade para brincar. Com isso ele se entusiasmou e foi com todos os seus carrinhos.
Aqui temos que fazer um parêntese para falar de Rafael e o ciúme que tinha de seus carrinhos. Em São Paulo ele tinha monte e não deixava o Thiago mexer em nenhum. Em uma ocasião, eu brincando de garagem com ele, e estacionando todos em ordem, o Thiago começou a chorar que queria participar também e ele não deixava, argumentando que o irmão não sabia brincar e queria comer os carrinhos. Quando pedi a ele que desse, pelo menos um para o irmão, ele olhou todos, pegou um Fiat amarelo já sem portas e o entregou dizendo: " Ta bom, ta bom, toma Thiago, baba nesse".
Já na fazenda ele devia ter só uns três ou quatro, desses de plásticos maiores e próprios para brincar na areia. Pegou todos, colocou numa caixa e fomos para a fazenda do vizinho. No começo foi aquela sem graceira de ficar grudado na perna da gente, mas com o tempo foram se soltando e em dois tempos estavam transportando areia de um lugar para o outro. O João Vitor, esse era o nome do gurizinho de seu Assis, ficou encantado com os brinquedos e passaram a tarde toda brincando. Tinha uns dois caminhões basculantes, um de carroceria trucado, uma pá carregadeira e não lembro mais o que. O João Vitor tinha um feito de uma lata de azeite e cheio de areia que nivelava as ruas para facilitar o tráfego dos outros. Dava gosto de ver duas crianças de origens tão diferentes se entendendo tão bem. Um super urbano e outro criado na fazenda desde que nasceu.
O programa foi fazer uma visita a ele, para o Rafael passar a tarde com o amiguinho. No começo ele não queria ir e tive que contar uma história comprida, que era um garotinho que morava no mato, não tinha televisão e nunca viu um carrinho daqueles dele, e que ficaria muito feliz de ter um companheiro da mesma idade para brincar. Com isso ele se entusiasmou e foi com todos os seus carrinhos.
Aqui temos que fazer um parêntese para falar de Rafael e o ciúme que tinha de seus carrinhos. Em São Paulo ele tinha monte e não deixava o Thiago mexer em nenhum. Em uma ocasião, eu brincando de garagem com ele, e estacionando todos em ordem, o Thiago começou a chorar que queria participar também e ele não deixava, argumentando que o irmão não sabia brincar e queria comer os carrinhos. Quando pedi a ele que desse, pelo menos um para o irmão, ele olhou todos, pegou um Fiat amarelo já sem portas e o entregou dizendo: " Ta bom, ta bom, toma Thiago, baba nesse".
Já na fazenda ele devia ter só uns três ou quatro, desses de plásticos maiores e próprios para brincar na areia. Pegou todos, colocou numa caixa e fomos para a fazenda do vizinho. No começo foi aquela sem graceira de ficar grudado na perna da gente, mas com o tempo foram se soltando e em dois tempos estavam transportando areia de um lugar para o outro. O João Vitor, esse era o nome do gurizinho de seu Assis, ficou encantado com os brinquedos e passaram a tarde toda brincando. Tinha uns dois caminhões basculantes, um de carroceria trucado, uma pá carregadeira e não lembro mais o que. O João Vitor tinha um feito de uma lata de azeite e cheio de areia que nivelava as ruas para facilitar o tráfego dos outros. Dava gosto de ver duas crianças de origens tão diferentes se entendendo tão bem. Um super urbano e outro criado na fazenda desde que nasceu.
No final do dia, quando nos preparamos para voltar para Piratininga, o Rafael deu a primeira refugada, não queria ir. Depois de prometer que voltaria um dia, ele começou a arrumar seus carrinhos. A Laura perguntou a ele se não queria dar um de seus carrinhos ao João Vitor. Ele abriu o maior sorriso e começou a escolher. Aí aconteceu o fato que tornou o motivo desta história. Ele pegou o mais bonito e mais novo de todos e estendeu ao seu novo amigo. Este ficou sem ação, pois não esperava que ele desse aquele do qual mais gostava. A mãe do menino, percebendo que era o mais novo, não quis aceitar e pediu que ele desse um outro mais velho e com o eixo dianteiro já meio torto. Aí a Laurinha interferiu e falou que se ele quem tinha escolhido era para deixar. Os dois com aquele brilho nos olhos acabaram me emocionando. Um tendo o prazer de doar e o outro de receber.
Desde aquela época eu já sabia que esse meu neto ia ser um grande sujeito e até agora ele não me decepcionou, nem uma única vez.
Desde aquela época eu já sabia que esse meu neto ia ser um grande sujeito e até agora ele não me decepcionou, nem uma única vez.
Sei que sou suspeita para falar, mas você conta as historias de uma maneira muito gostosa de ler, por mais simples que seja, sempre emociona .......
ResponderExcluirBeá
Vou apenas ser consoante a Dona Beá...
ResponderExcluirVocê consegue contar de maneira fácil, gosta de ler e coloca uma emoção tão refinada que a gente se sente como vendo um filme.
Sensacional!