quinta-feira, 28 de julho de 2011
Benjamim
segunda-feira, 25 de julho de 2011
O Perito II
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Incêndio no Canadá
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Coisas da vida
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Banho de chuva
segunda-feira, 11 de julho de 2011
As Reuniões
Contando sobre o Pórtico de Bom Retiro, na história "O Perito", fui lembrando de um monte de reuniões técnicas que tive na época da Mecânica Pesada, algumas interessantes e outras muito engraçadas. Como a história do Pórtico é meio pesada, resolvi fazer uma pausa antes de começar a parte dois.
Eu estava fazendo um curso de memorização e a técnica era de associação. Se você tinha que lembrar de um monte de palavras, o melhor jeito era fazer uma frase com essas palavras. Em reuniões, onde você era apresentado a um lote de gente ao mesmo tempo e tinha que chamar todos pelo nome, era chique você fazer isso sem tomar nota num papel. Eu me aperfeiçoei nisso e a técnica funcionou muito bem, com algumas exceções, como quando chamei um tal de "Casa Grande" de "Castelo". Mas o pior foi numa reunião de Itaipu e a empresa de engenharia tinha uma engenheira que se chamava Belina. Como ela era feia e gorda, não podia associá-la a nada belo e mentalizei uma perua da Ford, que era o modelo van do corcel e tinha esse nome. Lá pelas tantas eu chamei a mulher de engenheira Caravana, que também era uma perua mas da Chevrolet e bem maior. O pessoal que conhecia as regras de associação não conseguiu ficar sem dar risadas.
De uma outra feita, estava em uma reunião com o Casa Grande, é, o mesmo que na primeira chamei de Castelo, ele era o chefe de engenharia da maior concorrente da Mecânica Pesada, uma multinacional portuguesa. Era uma reunião difícil pois fazíamos parte do mesmo consórcio e tínhamos que dividir os equipamentos de uma hidroelétrica. Ele tinha sua lista e eu a minha e não entrávamos em acordo. Lá pelas tantas eu disse a ele:
- Façamos o seguinte, jogamos as nossas listas fora e faremos outras duas em conjunto. Sorteamos o nome e quem ganhar escolhe a lista primeiro.
Ele não entendia e queria usar as nossas duas listas mesmo, e não percebia que tinha um monte de equipamentos que se repetia. Como a coisa estava ficando muito pesada e chegou o café, eu disse:
- Para relaxar, vou contar uma piada muito engraçada que escutei hoje.
Ele, para fazer graça, e como era verdade, me falou com todo o seu sotaque:
- Olha o que vais fazer pois sou português.
Na hora eu não agüentei e emendei outra, falando:
- Não te preocupes, que eu te conto duas vezes.
Quase deu merda, mas no fim ele concordou que fazendo as listas sem saber quem seria sorteado, seríamos mais imparciais e no fim poderíamos trocar um ou outro equipamento que o parceiro pudesse fazer por um preço menor.
Mas a reunião mais importante para mim, pela época, eu era muito novo e pelo que envolvia, responsabilidade técnica, foi a de Bom Retiro. Essa não foi nada fácil e já estou registrando ela aqui.
quinta-feira, 7 de julho de 2011
O Perito
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Casa da Vó
Uma vez a Isabela veio com Tomás. A Belinha insistiu que queria dormir no nosso quarto e Bea colocou um colchão no chão e, sabedora dos problemas, do lado dela. Como ronco um pouco eu a acordei no meio da noite que acordou Bea perguntando o que estava acontecendo e isso com muito medo. Bea a acalmou e disse que era o vovô dormindo e que roncava daquele jeito. Mesmo com a mistura de sono e medo, ela olha pra Bea e pergunta:
- Mas precisa?
Saiu com seu colchão e foi dormir no quarto com Tomas.
Eles gostam de dormir em casa porque aqui o horário é mais flexível. Dormem vendo televisão, acordam vendo televisão, vêem televisão no meio da noite, coisa impensável nas suas casas, que tem horas para essas coisas. O Tomas é o mais fanático. Acorda de madrugada e nos acorda para perguntar de já esta na hora de levantar, só para ver televisão. Numa dessas, depois de ter acordado Bea e voltado para cama, pois eram 4h da matina ainda, volta as 5h para o nosso quarto e com a abertura da porta quem acorda sou eu. Quando ele viu que eu não estava dormindo, foi do meu lado e perguntou se podia dormir comigo. Respondi:
- Dormir pode. Três minutos e meio depois, ele não parava de se mexer e vendo que eu continuava acordado me pediu para ligar a televisão. Estava demorando muito. Ainda fala:
- Baixinho para não acordar a vovó.
Liguei a mesma e ele, baixinho, e de novo ele me pede:
- Põe no 89.
No escuro do quarto teclei o 23. Achei que o controle era máquina de calcular. Ele conhecia o canal e viu que estava errado. Põe a mãozinha em concha, encosta no meu ouvido e sussurra:
- 89 vovô.
Vou de novo e faço nova tentativa achando que errei a fileira e prego o 56. Ele percebendo, fala no meu ouvido, agora um pouco mais alto:
- 89 VÔ.
Já meio aborrecido com aquela história, pego o controle e sem óculos no escuro, faço nova tentativa e novo erro. Aí ele não agüentou e falou alto:
- 89 vô! Você ta surdo?
Com o sono só consegui responder:
- Surdo e cego e agora de saco cheio de você. Finalmente acertei o 89, virei e não consegui mais dormir pois ele me chutou até clarear o dia. Esse é o Tomás.
Já o Filipinho com o Benjamim, são mais independentes e as aprontadas são de outro tipo, uma vez que a TV eles ligam sozinhos e sem pedir. Eles dividem o banheiro comigo e eu estava nele quando o Filipinho chegou esmurrando a porta quando começou um dialogo surreal. Só podia ser filho de Guilherme. Comecei com o tradicional "tem gente"
- Vovô, quero mijar. Sai rápido.
- Num da não. Vou demorar mais um pouquinho que o seu rápido.
- Porque, você tá cagando?
Nunca vi delicadeza maior. A mãe fala toda certinha com ele e fica injuriada com o Guilherme que é brutão e só usa esses termos de peão de fazenda. Benjamim nem sabe o que é cocô, é bosta mesmo. Mas são super educados e, talvez os mais divertidos. Apelidei o Benjamim de Salinzinho. Ele estava tirando notas baixas na escola e fizemos um trato com ele. Um real por ponto da nota. Tirou 10, dez reais, tirou 5, só 5. Nas últimas provas quase quebrei. Em oito provas, o bichinho me tomou 75,00 reais. Nunca pensei que o turcão nosso ia se manifestar ali. Agora vamos abrir uma poupança. Pergunta se ele quer presente, ele pede dim dim. Já está resolvido, será o financeiro da Ema. Só esperar crescer mais um pouco, está com 8 anos, mais 15 levo ele para lá, e para mim esse tempo passa rapidinho. Infelizmente.