Meu irmão é um cara super tranqüilo e controlado, mas tem momentos em que ele sai totalmente do sério. É como se ele tivesse um botão que acionado liga o turbo e ele vai de 0 a 100 em 5 segundos. Estávamos os dois em São Paulo quando disseram à ele que o Antonio Fagundes estava a sua cara, no filme "Bossa Nova". Convenceu-me de ir assistir com ele e fomos só nós dois, em um daqueles Cine Marks que tem uma bilheteria para várias salas. Como ele que me convidou fez questão de comprar os ingressos e eu, enquanto isso, fui para as pipocas. Na entrada do cinema a porteira nos barrou, pois a bilheteira deu os ingressos para outra sala onde estava passando "Por Amor". Voltamos rápido a bilheteria e ele falou:
- Você me deu errado, me deu "Por Amor".
Ficou uma frase por demais esquisita e eu brinquei com ele dizendo.
- Pô meu, ela te deu "por amor" e você acha isso errado?
Todos que estavam na fila começaram a dar risadas, pois ele a furou direto para trocar. Ele, que não entendeu o trocadilho repetiu para a bilheteira:
- Eu não quero "Por Amor", quero o Antonio Fagundes.
Aí, como a coisa ficou mais esquisita ainda, até a bilheteira começou a dar risadas e ele foi ficando macho, apesar de dizer que queria o Antonio Fagundes. Quando consegui fazê-lo entender os cacófagos ou coisa que o valha que estava acontecendo ele já estava espumando e só aí começou a dar risadas também.
Em uma outra vez, estávamos no shopping e resolvemos ir a praça da alimentação comer uma pizza. Era num tal de Mr. Pizza, que acho que não existe mais, e pedimos uma grande de mussarela. O balcão era daqueles em dois níveis, onde o lado do cliente era mais alto. Você comprava a ficha no caixa e pedia pros atendentes que ficavam atrás do balcão e que passavam o pedido para os pizzaiolos que iam preparando e dando espetáculo. Rodavam a massa na ponta do dedo e outras acrobacias que ele logo achou por demais sem graça. Quando a nossa ficou pronta, colocaram-na na parte de baixo do balcão e ela ficou ali esquecida, esfriando. Como nós estávamos prestando atenção em tudo, pois a fome era grande, percebemos que aquela era a nossa. Na hora que passou um atendente eu tentei chamá-lo e, apesar do nome, ele não me atendeu. Na segunda passada, quando quis chamá-lo ele nem se dignou a olhar para o meu lado, e isso com a pizza pronta e já esfriando. Aí fiz a besteira e falei para o Tontonio que estava achando que o cara queria me gozar, de propósito me ignorando, pois ele já tinha visto que a nossa pizza estava pronta. Ele só precisava a cortar em fatias, pegar nosso ticket, e nos deixar comer. Tontonio achou que eu estava exagerando e começou com um "psiu" baixinho. Tentou mais uma chamada no mesmo tom e o "PSIU" foi aumentando quando ele percebeu uma risadinha do atendente, que tinha até um certo trejeito. Não dava para dizer, com certeza, que ele era gay, mas como diz meu genro, se faltar um na hora, aquele servia. O Tontonio, já meio emputecido, falou meio alto, algo do tipo:
- O meu, mais um pouco e não vou querer mais essa porcaria fria aí não, hein?
O moreninho olhou para ele e não falou nada, acho até que deu uma jogada de cabeça para trás, daquelas de "pouco me importo" e passou direto.
Foi o suficiente para acionar o turbo. Na próxima passada que ele deu no alcance do braço do Tontonio, ele deu o bote. Não posso dizer que o pegou pelo colarinho, pois a camisa não tinha gola, mas grudou na malha na altura do peito e trouxe o neguinho pra junto dele. Parecia uma onça que, quando cata a presa, a puxa por sob o corpo. Ele de um lado do balcão e o pernóstico do outro, que para não cair já colocou as mãos por sobre a nossa pizza e, com o nariz colado no bicho, ou talvez bicha, babando em tudo que estava no balcão, pelo lado de dentro, falou:
- Seu viadinho, pega essa pizza e enfia no rabo. Chama seu gerente que quero garantir que você vai fazer isso. Quer gozar compra um girico. Isso soltando uma quantidade de perdigotos, que se o nome vem de gotas, nesse caso foi perdinchurrada, pois o bicho babava uma quantidade absurda na cara da bichinha, que de moreninho ficou branquinho. Veio o gerente e não teve coragem de enfrentar a situação e eu já estava vendo chegar os seguranças do shopping e levarem a gente. Ele empurrou o garçom para longe e perguntou pro que ele achou que era o gerente, pois estava com uma roupa diferente, e bordado um Mr. Pizza no bolso:
- O Mr. Pizza, estou aqui há meia hora olhando a minha pizza esfriar e esse porra aí não se dignou a me atender e quando consegui, finalmente, chamar a sua atenção ele enfiou as duas mãos na minha pizza. Tem cabimento?
Deram outra pizza para nós e o Tontonio acompanhou a sua fabricação inteirinha, para garantir que não iam fazer nada de errado nela e a bichinha sumiu dali.
Nunca mais fui no Mr. Pizza. Nem ele.
- Você me deu errado, me deu "Por Amor".
Ficou uma frase por demais esquisita e eu brinquei com ele dizendo.
- Pô meu, ela te deu "por amor" e você acha isso errado?
Todos que estavam na fila começaram a dar risadas, pois ele a furou direto para trocar. Ele, que não entendeu o trocadilho repetiu para a bilheteira:
- Eu não quero "Por Amor", quero o Antonio Fagundes.
Aí, como a coisa ficou mais esquisita ainda, até a bilheteira começou a dar risadas e ele foi ficando macho, apesar de dizer que queria o Antonio Fagundes. Quando consegui fazê-lo entender os cacófagos ou coisa que o valha que estava acontecendo ele já estava espumando e só aí começou a dar risadas também.
Em uma outra vez, estávamos no shopping e resolvemos ir a praça da alimentação comer uma pizza. Era num tal de Mr. Pizza, que acho que não existe mais, e pedimos uma grande de mussarela. O balcão era daqueles em dois níveis, onde o lado do cliente era mais alto. Você comprava a ficha no caixa e pedia pros atendentes que ficavam atrás do balcão e que passavam o pedido para os pizzaiolos que iam preparando e dando espetáculo. Rodavam a massa na ponta do dedo e outras acrobacias que ele logo achou por demais sem graça. Quando a nossa ficou pronta, colocaram-na na parte de baixo do balcão e ela ficou ali esquecida, esfriando. Como nós estávamos prestando atenção em tudo, pois a fome era grande, percebemos que aquela era a nossa. Na hora que passou um atendente eu tentei chamá-lo e, apesar do nome, ele não me atendeu. Na segunda passada, quando quis chamá-lo ele nem se dignou a olhar para o meu lado, e isso com a pizza pronta e já esfriando. Aí fiz a besteira e falei para o Tontonio que estava achando que o cara queria me gozar, de propósito me ignorando, pois ele já tinha visto que a nossa pizza estava pronta. Ele só precisava a cortar em fatias, pegar nosso ticket, e nos deixar comer. Tontonio achou que eu estava exagerando e começou com um "psiu" baixinho. Tentou mais uma chamada no mesmo tom e o "PSIU" foi aumentando quando ele percebeu uma risadinha do atendente, que tinha até um certo trejeito. Não dava para dizer, com certeza, que ele era gay, mas como diz meu genro, se faltar um na hora, aquele servia. O Tontonio, já meio emputecido, falou meio alto, algo do tipo:
- O meu, mais um pouco e não vou querer mais essa porcaria fria aí não, hein?
O moreninho olhou para ele e não falou nada, acho até que deu uma jogada de cabeça para trás, daquelas de "pouco me importo" e passou direto.
Foi o suficiente para acionar o turbo. Na próxima passada que ele deu no alcance do braço do Tontonio, ele deu o bote. Não posso dizer que o pegou pelo colarinho, pois a camisa não tinha gola, mas grudou na malha na altura do peito e trouxe o neguinho pra junto dele. Parecia uma onça que, quando cata a presa, a puxa por sob o corpo. Ele de um lado do balcão e o pernóstico do outro, que para não cair já colocou as mãos por sobre a nossa pizza e, com o nariz colado no bicho, ou talvez bicha, babando em tudo que estava no balcão, pelo lado de dentro, falou:
- Seu viadinho, pega essa pizza e enfia no rabo. Chama seu gerente que quero garantir que você vai fazer isso. Quer gozar compra um girico. Isso soltando uma quantidade de perdigotos, que se o nome vem de gotas, nesse caso foi perdinchurrada, pois o bicho babava uma quantidade absurda na cara da bichinha, que de moreninho ficou branquinho. Veio o gerente e não teve coragem de enfrentar a situação e eu já estava vendo chegar os seguranças do shopping e levarem a gente. Ele empurrou o garçom para longe e perguntou pro que ele achou que era o gerente, pois estava com uma roupa diferente, e bordado um Mr. Pizza no bolso:
- O Mr. Pizza, estou aqui há meia hora olhando a minha pizza esfriar e esse porra aí não se dignou a me atender e quando consegui, finalmente, chamar a sua atenção ele enfiou as duas mãos na minha pizza. Tem cabimento?
Deram outra pizza para nós e o Tontonio acompanhou a sua fabricação inteirinha, para garantir que não iam fazer nada de errado nela e a bichinha sumiu dali.
Nunca mais fui no Mr. Pizza. Nem ele.
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