Luis Mario Sabatel é um piloto de primeira categoria. Tínhamos um Baron B-58, que era a coisa mais linda. Esse tipo de avião é considerado o Rolls Royce dos bimotores a pistão. É fabricado pela Beachcrafth, a mesma que fabrica os Kings e os Bonanzas. O Luis Mario foi o que mais voou esse avião para gente. Como era free lancer, dávamos a preferência para ele e era sempre o primeiro a ser chamado. Só procurávamos outro quando ele não podia nos atender. Foi meu professor e meu solo (primeiro vôo sozinho) foi com ele. Você faz uns três turnos de pista, com toque e arremetidas com o instrutor do lado, deixa o mesmo na pista e sem desligar o avião faz mais três. Após isso toma um banho de óleo que é o batismo. Gostava muito de sua conversa pois, como todos os pilotos pantaneiros, tinha muitos "causos", e um melhor do que o outro.
Um dos mais interessantes foi quando ele estava de Corumbá para uma fazenda no pantanal, que não me lembro mais qual, com a família do fazendeiro completa, esposa, dois filhos, uma babá e uma cabra. É cabra mesmo, a fêmea do bode. No embarque ele ficou meio relutante, pois já tinha carregado um burro uma vez no garimpo, e o mesmo que estava dopado acordou em pleno vôo e tiveram que jogá-lo pela porta. Quis dar um dopante para ela, mas disseram que já tinham feito isso. Quando ele falou que a cabra não estava com cara de quem tinha sido bodada, ele conta que deram uma resposta ambígua, dizendo que ela era muito nova ainda para isso. Decolaram e no meio da viagem ele começou a sentir um cheiro de fumaça e logo em seguida o motor começou a pipocar e jogar óleo no pára-brisa. A fumaça começou a tomar conta no avião e foi aquele pânico. Reduziu a velocidade ao mínimo, abriu as janelas para ventilar a fumaça e começou a procurar um lugar para pousar. Por sorte estavam sobrevoando uma área seca e de pasto e conseguiu vislumbrar, pelo vão de óleo no pára-brisas, um lugar para colocar seu Sky Lane. Apagou o motor, desligou o master para evitar um incêndio maior ainda e foi em espiral descendente para o pouso. Conseguiu colocar o avião no chão sem qualquer problema e assim que o mesmo parou ele procurou pelos passageiros, já soltando o seu cinto, para mandar correrem, pois não sabiam a extensão do incêndio no motor. Não viu mais ninguém dentro do avião e quando saiu para correr viu os seus passageiros já a uns 20 metros da aeronave e na frente de todos estava a cabra dopada. Contou que nunca viu um povo mais liso para correr do que aquele e isso incluía a cabrita.
Uma outra interessante dele foi quando estava voando sozinho para Campo Grande e lhe atacou uma dor de barriga sem igual. Ele fez as contas de quanto custaria desviar a rota, achar uma pista para pousar, usar o banheiro e decolar novamente. Ia ser a cagada mais cara da vida dele, mas o desespero era grande. Se arrepiava inteiro e sabia que tinha que tomar uma atitude ou faria nas calças. Aí teve a idéia. O chapéu era um stetson de R$ 100,00 reais em dinheiro de hoje. Muito caro mais infinitamente mais barato que a alternativa de pousar para, conforme suas palavras, soltar o barro. Como não conseguia fazer o número 2 sem o número 1, secou a garrafinha d'agua que sempre levava com ele e a usou para o número 1. Tirou as calças com cueca, colocou o chapéu no vão dos dois bancos, ficou com uma popa em cada banco, fez pontaria e bombardeou o chapéu. Na quarta bomba começou a ficar preocupado com a possibilidade de transbordar. Mas o stetson agüentou firme. Aliviado e satisfeito com a boa idéia, reduziu o motor ao mínimo que pode e com full flap, abriu a janela e jogou, primeiramente, a garrafinha devidamente tampada. Operação perfeita, pois ele tinha medo de atingir o profundor ou o leme com a mesma. Tinha fechado a janela e olhando para o stetson que estava mais pesado e incomodo de manusear. Mas não poderia pousar no aeroporto internacional de Campo Grande com aquilo tudo. Não tinha como descer do avião e pegar os passageiros com aquele cheiro insuportável. Tinha que se desfazer do bolo. Estava a 5500 pés e a operação era segura pois, por sorte, a consistência do coco era boa. Novamente reduziu a máquina, deu full flap e estava numa velocidade de pré stol, algo em torno de 40 a 45 nós, quando abriu a janela. Essas janelas não abrem como a de automóvel mas são basculantes e abrem uma pequena fresta, de no máximo uns 10 cm. Quando ele fechou o chapéu para jogá-lo com a merda que deu a mesma. Não passava pela fresta e na espremida para ela passar, junto com o vento que entrava na cabine, aquilo foi pulverizado e bosteou a cabine do avião inteira.
Ele não acreditava que aquilo tinha acontecido. Não pousou no aeroporto internacional e foi para o Santa Maria, onde estava a oficina que fazia as revisões de seu avião. Quando encostou no hangar e os mecânicos se aproximaram e viram ele sair todo cagado, não entendiam como ele tinha conseguido aquilo. Quando ele explicou o acontecido com todos os detalhes, perguntaram o porquê dele não usar o jornal que estava no banco de trás. Aí que ele viu que tinha um Estadão, daqueles de Domingo, com 50 folhas inteirinho ali e a sua distração lhe custou um stetson, uma zorba zero bala, uma lavagem e higienização interna completa da aeronave, um pouso e uma decolagem a mais, pois teve que ir ao aeroporto internacional pegar os seus passageiros. Segundo ele, foi um dos vôos em sua vida que mais deu merda, literalmente.
Um dos mais interessantes foi quando ele estava de Corumbá para uma fazenda no pantanal, que não me lembro mais qual, com a família do fazendeiro completa, esposa, dois filhos, uma babá e uma cabra. É cabra mesmo, a fêmea do bode. No embarque ele ficou meio relutante, pois já tinha carregado um burro uma vez no garimpo, e o mesmo que estava dopado acordou em pleno vôo e tiveram que jogá-lo pela porta. Quis dar um dopante para ela, mas disseram que já tinham feito isso. Quando ele falou que a cabra não estava com cara de quem tinha sido bodada, ele conta que deram uma resposta ambígua, dizendo que ela era muito nova ainda para isso. Decolaram e no meio da viagem ele começou a sentir um cheiro de fumaça e logo em seguida o motor começou a pipocar e jogar óleo no pára-brisa. A fumaça começou a tomar conta no avião e foi aquele pânico. Reduziu a velocidade ao mínimo, abriu as janelas para ventilar a fumaça e começou a procurar um lugar para pousar. Por sorte estavam sobrevoando uma área seca e de pasto e conseguiu vislumbrar, pelo vão de óleo no pára-brisas, um lugar para colocar seu Sky Lane. Apagou o motor, desligou o master para evitar um incêndio maior ainda e foi em espiral descendente para o pouso. Conseguiu colocar o avião no chão sem qualquer problema e assim que o mesmo parou ele procurou pelos passageiros, já soltando o seu cinto, para mandar correrem, pois não sabiam a extensão do incêndio no motor. Não viu mais ninguém dentro do avião e quando saiu para correr viu os seus passageiros já a uns 20 metros da aeronave e na frente de todos estava a cabra dopada. Contou que nunca viu um povo mais liso para correr do que aquele e isso incluía a cabrita.
Uma outra interessante dele foi quando estava voando sozinho para Campo Grande e lhe atacou uma dor de barriga sem igual. Ele fez as contas de quanto custaria desviar a rota, achar uma pista para pousar, usar o banheiro e decolar novamente. Ia ser a cagada mais cara da vida dele, mas o desespero era grande. Se arrepiava inteiro e sabia que tinha que tomar uma atitude ou faria nas calças. Aí teve a idéia. O chapéu era um stetson de R$ 100,00 reais em dinheiro de hoje. Muito caro mais infinitamente mais barato que a alternativa de pousar para, conforme suas palavras, soltar o barro. Como não conseguia fazer o número 2 sem o número 1, secou a garrafinha d'agua que sempre levava com ele e a usou para o número 1. Tirou as calças com cueca, colocou o chapéu no vão dos dois bancos, ficou com uma popa em cada banco, fez pontaria e bombardeou o chapéu. Na quarta bomba começou a ficar preocupado com a possibilidade de transbordar. Mas o stetson agüentou firme. Aliviado e satisfeito com a boa idéia, reduziu o motor ao mínimo que pode e com full flap, abriu a janela e jogou, primeiramente, a garrafinha devidamente tampada. Operação perfeita, pois ele tinha medo de atingir o profundor ou o leme com a mesma. Tinha fechado a janela e olhando para o stetson que estava mais pesado e incomodo de manusear. Mas não poderia pousar no aeroporto internacional de Campo Grande com aquilo tudo. Não tinha como descer do avião e pegar os passageiros com aquele cheiro insuportável. Tinha que se desfazer do bolo. Estava a 5500 pés e a operação era segura pois, por sorte, a consistência do coco era boa. Novamente reduziu a máquina, deu full flap e estava numa velocidade de pré stol, algo em torno de 40 a 45 nós, quando abriu a janela. Essas janelas não abrem como a de automóvel mas são basculantes e abrem uma pequena fresta, de no máximo uns 10 cm. Quando ele fechou o chapéu para jogá-lo com a merda que deu a mesma. Não passava pela fresta e na espremida para ela passar, junto com o vento que entrava na cabine, aquilo foi pulverizado e bosteou a cabine do avião inteira.
Ele não acreditava que aquilo tinha acontecido. Não pousou no aeroporto internacional e foi para o Santa Maria, onde estava a oficina que fazia as revisões de seu avião. Quando encostou no hangar e os mecânicos se aproximaram e viram ele sair todo cagado, não entendiam como ele tinha conseguido aquilo. Quando ele explicou o acontecido com todos os detalhes, perguntaram o porquê dele não usar o jornal que estava no banco de trás. Aí que ele viu que tinha um Estadão, daqueles de Domingo, com 50 folhas inteirinho ali e a sua distração lhe custou um stetson, uma zorba zero bala, uma lavagem e higienização interna completa da aeronave, um pouso e uma decolagem a mais, pois teve que ir ao aeroporto internacional pegar os seus passageiros. Segundo ele, foi um dos vôos em sua vida que mais deu merda, literalmente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário