Nunca devemos julgar algo a luz de um único fato. Tem aquela história do rapaz que ganhou uma bicicleta no bingo e enquanto todos falavam que ele era um cara de sorte, um sábio respondia “Não sei não, hein!”. Aí o cara caiu da bicicleta e quebrou a perna, e enquanto todos falavam que ele era um cara azarado, lá vinha o sábio com o "não sei não" dele. Aí veio a guerra e todos da idade do rapaz foram convocados e o de perna quebrada não e a coisa assim vai.
Eu estava indo para a fazenda junto com um tratorista, o João Fernandes, quando vi que voou alguma coisa de um caminhão que ia na minha frente. Como estava meio longe, deu para reduzir a distância e encostei bem ao lado daquilo que tinha caído e parei o carro. Era um pintinho, o caminhão era daqueles da sadia que entregava os bichinhos para outros granjeiros criarem. A cada 45 a 60 dias, eles já prontos, outro caminhão passava recolhendo e levava para o abate. Com tanto Pinto "aquele" que tinha que voar do caminhão? Que azar, com tanto carro passando naquela estrada, tinha que ser eu quem estava atrás dele? E eu que nunca presto muita atenção em nada, que azar de novo, mas resolvi parar ao lado daquela bolinha amarela sem importância e achar o Pinto? Que sorte. Peguei o bichinho, dei pro João Fernandes que estava na frente comigo e tocamos para a fazenda. Chegando lá, meu capataz Dorival não entendeu nada quando viu o pintinho. Como há pouco tempo atrás ele tinha feito uma encomenda de verduras, tipo alface, acelga, agrião e outras, mas eu tinha dado uma de desentendido e levei sementes de todas essas folhas para ele fazer uma horta na fazenda, quando ele viu o pintinho achou que foi a carne de frango que ele tinha pedido.
Mas o bichinho acabou virando mascote da turma e tinha até nome, Ronaldo. O pessoal vivia gozando o João Fernandes dizendo que ele viajou segurando o pinto do patrão e ele falava: "Não posso negar, só esclarecer". Tínhamos um pastor alemão, o Panter, e ele adotou o Ronaldo. A primeira vez que eu o vi colocá-lo inteira na boca, saí com um pau pra bordoar ele quando o Dorival interviu dizendo que ele só estava colocando o Ronaldo para dormir. Ele cresceu, virou um galo bonito, branco, e começamos a criar galinhas só para ele ter companhia. Dorival falava que foi pior do que as verduras, pois nesse caso eu levava as sementes, e depois do Ronaldo nunca mais compramos nem ovo.
Eu não imaginava que um galo pudesse viver tanto tempo assim e hoje eu tenho dúvidas se não se passaram mais de 10 anos mas foi um tempo absurdo. Quando ele morreu, estava cego, manco e era de uma magreza impressionante. Tinha que triturar o milho para ele conseguir engolir, mas acho que dos outros 10.000 pintos que estavam no caminhão, nenhum outro viveu tanto e foi tão bem tratado quanto o Ronaldo. Hoje podemos falar que ele foi um pinto de sorte.
Eu estava indo para a fazenda junto com um tratorista, o João Fernandes, quando vi que voou alguma coisa de um caminhão que ia na minha frente. Como estava meio longe, deu para reduzir a distância e encostei bem ao lado daquilo que tinha caído e parei o carro. Era um pintinho, o caminhão era daqueles da sadia que entregava os bichinhos para outros granjeiros criarem. A cada 45 a 60 dias, eles já prontos, outro caminhão passava recolhendo e levava para o abate. Com tanto Pinto "aquele" que tinha que voar do caminhão? Que azar, com tanto carro passando naquela estrada, tinha que ser eu quem estava atrás dele? E eu que nunca presto muita atenção em nada, que azar de novo, mas resolvi parar ao lado daquela bolinha amarela sem importância e achar o Pinto? Que sorte. Peguei o bichinho, dei pro João Fernandes que estava na frente comigo e tocamos para a fazenda. Chegando lá, meu capataz Dorival não entendeu nada quando viu o pintinho. Como há pouco tempo atrás ele tinha feito uma encomenda de verduras, tipo alface, acelga, agrião e outras, mas eu tinha dado uma de desentendido e levei sementes de todas essas folhas para ele fazer uma horta na fazenda, quando ele viu o pintinho achou que foi a carne de frango que ele tinha pedido.
Mas o bichinho acabou virando mascote da turma e tinha até nome, Ronaldo. O pessoal vivia gozando o João Fernandes dizendo que ele viajou segurando o pinto do patrão e ele falava: "Não posso negar, só esclarecer". Tínhamos um pastor alemão, o Panter, e ele adotou o Ronaldo. A primeira vez que eu o vi colocá-lo inteira na boca, saí com um pau pra bordoar ele quando o Dorival interviu dizendo que ele só estava colocando o Ronaldo para dormir. Ele cresceu, virou um galo bonito, branco, e começamos a criar galinhas só para ele ter companhia. Dorival falava que foi pior do que as verduras, pois nesse caso eu levava as sementes, e depois do Ronaldo nunca mais compramos nem ovo.
Eu não imaginava que um galo pudesse viver tanto tempo assim e hoje eu tenho dúvidas se não se passaram mais de 10 anos mas foi um tempo absurdo. Quando ele morreu, estava cego, manco e era de uma magreza impressionante. Tinha que triturar o milho para ele conseguir engolir, mas acho que dos outros 10.000 pintos que estavam no caminhão, nenhum outro viveu tanto e foi tão bem tratado quanto o Ronaldo. Hoje podemos falar que ele foi um pinto de sorte.
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