Não tem coisa pior do que passarem a mão na
bunda da garota que está com você, na sua frente. Na primeira vez que isso
aconteceu, por volta de 1968, enchi o gajo de porrada, e olha que ele bateu com
o chapéu, era namorada e em pleno carnaval.
Na segunda vez, o cara encheu a mão, era minha esposa e eu tive que agradecer –
mas explico.
Estávamos em Santa Cruz, Bolívia, acompanhando o Till Sculuter, presidente da
Osram, numa visita ao mercado. Já escrevi desta ida na história de 22.08.11
(cara, já vai fazer um ano). Na preparação da expedição, o alemão quis fazer a
viagem de trem, e quando informamos que existia dois tipos, a litorina, que era
mais tranquila, e o trem da morte (o nome dispensa maiores explicações), o
veado pediu para comprar as passagens de ida na litorina e de volta no trem da
morte, isso para irem se acostumando.
Como a mulher dele quase morreu na ida,
ao ficar 18 horas sem urinar, de lá eles pegaram um avião direto para São
Paulo, e nós, Bea, meu primo Ivan, sua esposa Miriam e eu, voltamos no trem da
morte. Na saída, foi quando tudo aconteceu. A plataforma de embarque estava tão
cheia que não conseguíamos chegar perto do trem. Abrindo caminho de qualquer
jeito, carregando as malas na cabeça, conseguimos chegar ao lado do nosso
vagão, mas a porta era inacessível. Escalei a janela, como todo mundo, e fui
pegando as malas que eles me passavam. Dei a mão para Ivan e o recolhi pela
janela. O mesmo com Miriam, mas quando chegou a vez de Bea, a múmia ria tanto
que não conseguiu ajudar. O trem começou a andar e o nosso representante,
Rafael Rocca, não teve dúvidas: meteu-lhe a mão na bunda e a empurrou para
cima. Quando olhei para ele para agradecer, ele me pediu "perdón",
dizendo que não achou um jeito mais digno. Fazer o quê, né!
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