Ele,
com uma mão, apertava aquela bolinha no braço de uma maneira irritante. Comecei
a prestar atenção no fato e verifiquei que era um pequeno cisto, desses do tipo
sebáceo, mas com uma saliência para fora da pele, tipo essas verrugas brancas.
Na hora me assustei e falei:
–
Beto, tem que ver esse negócio aí no braço. Não pode ficar brincando desse
jeito, que pode virar coisa séria. Orra meu, você tem 35 anos e tenho que ficar
te cuidando ainda?
Acho
que dei uma assustada nele, pois falou com o Dr. Sami, que resolveu operar e
retirar a bolinha. Na hora da cirurgia, a bola sumiu.
Uns quinze dias depois, ela reapareceu e começou a crescer. Aí já era uma coisa mais dura. Nova cirurgia, e dessa vez com um corte e remoção de tecido bem maior. Achou o cisto e o removeu, e, para garantia, mandou para Campo Grande para analisar o material. Já não gostei muito, mas ele me disse que era procedimento padrão. Quando veio o resultado, quase nos matou de susto. Um nome complicado, mas que indicava um tumor – e dos ruins. De bom tinha que foi totalmente removido e que, dificilmente, voltaria. Como difícil não é sinônimo de nunca, entramos em pânico. O medo aumentou quando ligamos para o Antonio Carlos Lopes e ele falou para o guri pegar a lâmina e mandar para São Paulo. Para confirmar, perguntamos se era para mandar o guri ou a lâmina, e ele respondeu: "Os dois". O medo virou pavor. Foi uma semana de angústia misturada com expectativa, e aquela sensação de "agora fodeu" que só quem passou por isso consegue entender. Quando eu queria acalmar a Bea, ou vice-versa (e o vice-versa era mais constante), logo lembrava que aquela coisa cresceu muito rápido, de uma hora para outra, e aí vinha o pânico novamente. Num dos telefonemas para o Antonio Carlos, quando registramos o fato de que cresceu muito rápido para ver se ele nos acalmava, só falou que não tinha o que fazer antes do resultado das análises de lâmina, e que ele estava no melhor lugar para enfrentar o que fosse – piorando um pouco o nosso nervosismo. Restava esperar e rezar. Passamos esses sete dias aguardando os resultados do re-exame da lâmina nos laboratórios do Einstein. Era 22 de dezembro e estávamos a três dias do natal, quando Bea recebeu uma mensagem pelo celular do Doutor, que transcrevo abaixo:
"O resultado mostrou lesão benigna. Nem tudo que cresce é malígno.
Parabéns. Feliz festas."
Foi o melhor presente de Natal da minha vida. Só depois que reli a mensagem que percebi a malícia da notícia para Bea, e foi motivo de gozação por período igual ao da preocupação. Passamos por mais essa, e bem, graças a Deus – mas, com certeza, não foi fácil.
Uns quinze dias depois, ela reapareceu e começou a crescer. Aí já era uma coisa mais dura. Nova cirurgia, e dessa vez com um corte e remoção de tecido bem maior. Achou o cisto e o removeu, e, para garantia, mandou para Campo Grande para analisar o material. Já não gostei muito, mas ele me disse que era procedimento padrão. Quando veio o resultado, quase nos matou de susto. Um nome complicado, mas que indicava um tumor – e dos ruins. De bom tinha que foi totalmente removido e que, dificilmente, voltaria. Como difícil não é sinônimo de nunca, entramos em pânico. O medo aumentou quando ligamos para o Antonio Carlos Lopes e ele falou para o guri pegar a lâmina e mandar para São Paulo. Para confirmar, perguntamos se era para mandar o guri ou a lâmina, e ele respondeu: "Os dois". O medo virou pavor. Foi uma semana de angústia misturada com expectativa, e aquela sensação de "agora fodeu" que só quem passou por isso consegue entender. Quando eu queria acalmar a Bea, ou vice-versa (e o vice-versa era mais constante), logo lembrava que aquela coisa cresceu muito rápido, de uma hora para outra, e aí vinha o pânico novamente. Num dos telefonemas para o Antonio Carlos, quando registramos o fato de que cresceu muito rápido para ver se ele nos acalmava, só falou que não tinha o que fazer antes do resultado das análises de lâmina, e que ele estava no melhor lugar para enfrentar o que fosse – piorando um pouco o nosso nervosismo. Restava esperar e rezar. Passamos esses sete dias aguardando os resultados do re-exame da lâmina nos laboratórios do Einstein. Era 22 de dezembro e estávamos a três dias do natal, quando Bea recebeu uma mensagem pelo celular do Doutor, que transcrevo abaixo:
"O resultado mostrou lesão benigna. Nem tudo que cresce é malígno.
Parabéns. Feliz festas."
Foi o melhor presente de Natal da minha vida. Só depois que reli a mensagem que percebi a malícia da notícia para Bea, e foi motivo de gozação por período igual ao da preocupação. Passamos por mais essa, e bem, graças a Deus – mas, com certeza, não foi fácil.