

- Tio, tem um cara lá no salão passando a mão na bunda de todas as meninas.
O todas incluía minha filha e do Tontônio!
Nessa hora, Beá percebeu que tinha alguma coisa errada e encostou na hora que eu perguntei a ele:
- E aí tio, o que você fez?
- Falei pra ele que ia chamar o senhor se ele não parasse.
- Como você ta aqui, devo concluir que...
- Pior tio, ele falou pra chamar que ele ia passar a mão na sua bunda também.
Olhei pra Beá com aquela cara de “ta vendo” do Zé Alberto, meu primo, que um dia vou contar a história aqui, e fui levar a minha bunda pra ver o que acontecia. O porre passou na hora pois a adrenalina foi a mil, e no caminho fui imaginando o tamanho do monstro que eu ia enfrentar, pois o garoto que foi me chamar era bem maior do que eu. Quando fui chegando no salão, com o Marcão Lacerda na frente, já vi Laura e as coleguinhas discutindo com um rapazinho frinfrim de tudo, e já ia perguntar pra ele quem era o atrevido, quando o frinfrim empurrou todo mundo que estava do lado dele e ficou em posição de briga.
Olhei pro Marcão e com a cabeça perguntei se era aquilo a ameaça. Tudo isso muito rápido. O Marcão apontou pro filé de borboleta que já veio chegando brabo pro meu lado. Devia ser um rapazinho de 20 anos e 20 quilos também, num puaço só. Mas não ia dar chance pro azar. Pulei em cima dele e no abraço, coloquei o meu queixo em seu peito e dobrei a minha coluna para frente e a dele para trás. Ele caiu e eu por cima. Os braços dele estavam presos, minha mão esquerda segurava um, a direita outro e uma terceira mão, que me assustou mais que ao guri, com o dedo em riste batia no seu rosto e eu escutava um voz dizendo:
- Vou te matar guri, bunda de nossa filha ninguém passa a mão. Olhei pro lado, e meu irmão que estava com o joelho no peito do menino enquanto esfregava o dedo na cara dele babando de raiva.
Levantei, juntei o moleque em baixo do braço, dando uma chave de pescoço nele e fui arrastando a figura até a diretoria. No caminho é que ele apanhou, pois todos por quem passávamos davam-lhe um chute. O presidente do clube nos recolheu na diretoria e já o colocou para fora.
Voltei pro baile, vi Beá preocupada e contei a história exatamente como ela foi:
- Um cara de 2 m de altura mexeu com Laurinha e eu dei cabo dele.
Foi assim o primeiro baile de carnaval de Laurinha, mas os problemas estavam apenas começando. Vai ter “O carnaval II”.
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