segunda-feira, 23 de julho de 2012

Mão na Bunda

Não tem coisa pior do que passarem a mão na bunda da garota que está com você, na sua frente. Na primeira vez que isso aconteceu, por volta de 1968, enchi o gajo de porrada, e olha que ele bateu com o chapéu, era namorada e em pleno carnaval.
Na segunda vez, o cara encheu a mão, era minha esposa e eu tive que agradecer – mas explico.
Estávamos em Santa Cruz, Bolívia, acompanhando o Till Sculuter, presidente da Osram, numa visita ao mercado. Já escrevi desta ida na história de 22.08.11 (cara, já vai fazer um ano). Na preparação da expedição, o alemão quis fazer a viagem de trem, e quando informamos que existia dois tipos, a litorina, que era mais tranquila, e o trem da morte (o nome dispensa maiores explicações), o veado pediu para comprar as passagens de ida na litorina e de volta no trem da morte, isso para irem se acostumando.

Como a mulher dele quase morreu na ida, ao ficar 18 horas sem urinar, de lá eles pegaram um avião direto para São Paulo, e nós, Bea, meu primo Ivan, sua esposa Miriam e eu, voltamos no trem da morte. Na saída, foi quando tudo aconteceu. A plataforma de embarque estava tão cheia que não conseguíamos chegar perto do trem. Abrindo caminho de qualquer jeito, carregando as malas na cabeça, conseguimos chegar ao lado do nosso vagão, mas a porta era inacessível. Escalei a janela, como todo mundo, e fui pegando as malas que eles me passavam. Dei a mão para Ivan e o recolhi pela janela. O mesmo com Miriam, mas quando chegou a vez de Bea, a múmia ria tanto que não conseguiu ajudar. O trem começou a andar e o nosso representante, Rafael Rocca, não teve dúvidas: meteu-lhe a mão na bunda e a empurrou para cima. Quando olhei para ele para agradecer, ele me pediu "perdón", dizendo que não achou um jeito mais digno. Fazer o quê, né!

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