segunda-feira, 25 de junho de 2012

É mole?


Tem uma história que escutei de fonte fidedigna e que me fez lembrar da D. Isabel, minha professora de ioga dos anos 80. Ela falava que gostaria de registrar as últimas coisas que ela fosse fazer na vida, e com consciência disso. Enquanto todos falavam que gostariam de, por exemplo, morrer dormindo, ela falava que queria estar consciente de seu último suspiro. Pois bem, este senhor, quando estava nas vésperas de seus 90 anos, os seus amigos mais novos, beirando os 80, resolveram levá-lo para a zona, para ele dar sua última trepada. Ele já vinha se queixando que o esforço era tão grande, as dores nas costas após o coito tão fortes, que o custo beneficio já não estava valendo a pena. Tinha que ter uma última vez, para ficar na lembrança para sempre. Foi tudo muito bem preparado. Avisaram a dona do bordel para preparar a melhor e mais nova "menina" que tivesse. Tinha que ser jovem pois, segundo os sábios companheiros, para revolver velho precisa de bala nova, senão nega; e tinha que ter experiência e persistência pois, completando 90 anos, a empreitada ia ser difícil. No dia D foram para o desembarque na Normandia, que no caso era a Babilônia. O véio – vou omitir seu nome (mas para quem duvidar, pergunte ao Zé Mauro, nosso piloto, que ele confirma a história e se quiser fala até o nome do protagonista, mas assim em público vou declinar) – se preparou todo, banho tomado, perfume francês aprovado por todos e seguiu para sua derradeira. Chegando no prostíbulo, conheceu e se encantou com aquela companheira de sua última viagem pelo mundo do sexo. Após um papinho, foram pros finalmentes e daí em diante a história foi contada por ele e de boca em boca chegou até nós. Os dois na horizontal, ficaram naquela pegação... e quando ele engatilhava a arma, até conseguir subir por cima da menina, a coisa pifava. Ficou nesse chove e não molha por umas três vezes quando a menina resolveu inverter de posição, e falou:
– Seu fulano, fica ocê quietinho, que quando a coisa aí armar, eu vou por cima, que sou mais rápida.
– Tá bom, minha filha, afinal de contas a profissional aqui é você. Vamos experimentar.
E a próxima tentativa foi assim, a mocinha subiu no véio e tentou encaixar. Depois de muita luta, ela já desistindo, falou:
– Seu fulano, não tem jeito. A coisa num vai.
O véio deu uma levantada de cabeça e olhou a coiseira. Quando viu o companheiro dobrado e olhando pra ele, falou:
– Como que não vai, minha filha, se já tá até de vorta?
Continuaram na luta e, por incrível que pareça, quem me contou a história não soube me dizer se ele conseguiu ou não chegar ao fim.
Mas também não interessa, pois só a tentativa já foi inesquecível.
É mole? Bom, nesse caso, foi.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

IATF


Já falei um sem número de vezes do José Mauro neste blog. Mas é que, realmente, ele é um cara muito engraçado e de uma percepção que pouca gente tem. Acho que é uma característica dos pilotos desse nosso pantanal. O cara, para ser bom, tem que ter essa qualidade; pois para voar em um monotor (que, segundo Jô Soares, é um avião que já decola em pane) tem que se estar, a todo minuto, muito atento à sua posição, ao seu alcance em caso de pane, e à melhor alternativa para colocar a aeronave à salvo no solo. E ele já tem mais de 10.000 horas de voo. Mas estávamos comemorando o passar de mais um ano com um churrasco na EMA, com todos os funcionários, quando ele chegou atrasado, no fim da festa. Sentou na minha mesa e ficamos conversando sobre trabalho, para variar. Falamos sobre o resultado do IATF, inseminação artificial em tempo fixo, em que você sincroniza o cio de todas as vacas e insemina de lote. É uma beleza, pois os bezerros nascem todos juntos, facilitando a curação e todo o processo de recria, além de deixar o lote super homogêneo, pois são todos da mesma idade. Mudamos de assunto e falei que estava indo passar o fim de ano em São Paulo e meio dividido, pois não poderia levar mamãe, que não aguenta mais essas viagens. Seria a primeira vez que passaria a entrada de ano apartado dela, mas estava com duas noras parindo juntas em São Paulo, e os filhos estariam lá. Ele não tinha me cumprimentado ainda pelo fato de que eu ia completar treze netos com esse novo lote, quando veio a pérola:
– Com você é assim, heim? Pare tudo junto, vaca, nora. Fizeram IATF também?
Serviu para descontrair.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Filosofo engenheiro


Hoje conheci um cara que me deixou muito animado. Ele é professor dos meus filhos e noras num curso do MBA, o professor Antônio Raimundo dos Santos. O interessante é que ele é formado em filosofia e engenharia – uma mistura bem interessante e muito particular, pois eu achava, antes de conhecê-lo, que era até mesmo antagônica.
Ele conseguiu me convencer que, com o avanço da medicina, se nos mantivermos íntegros física e mentalmente por mais dez anos, vamos chegar aos 100 tranquilamente. E isso com cálculos de engenheiros, extrapolando os avanços da medicina com a engenharia genética, que estão sendo feitos em uma progressão geométrica. Quando perguntei quantos anos a mais, depois que chegasse aos 100, ele confirmou: "o céu é o limite". Achei dúbia a sua resposta, pois o céu poderia significar muitos anos mais ainda, assim como também o fim de tudo, para os bons, né? Confirmou que a vida eterna já não é mais uma utopia. Acreditei tanto que até desengavetei uns projetos pessoais de longo prazo, coisa para começar a dar resultados em uns 30 anos. Almoçamos juntos no sábado, em minha casa, e à noite jantamos no Terraço. Nunca imaginei que eu pudesse gostar de filosofia; ou melhor, de filosofar. Conversamos sobre tudo, ele me dava as explicações lógicas, e quando não conseguia, vinha com as filosóficas. Quando o alertei para o fato, ele me respondeu, com a maior tranquilidade, que ali estava a importância da filosofia – e me deu um exemplo inquestionável, a fé. Como explicar a fé de maneira lógica? Fé existe quando você acredita em uma coisa, e pronto. Qualquer coisa diferente disso deixa de ser fé. Gostei demais do Antonio Raimundo, e acho que a simpatia foi recíproca, pois já recebi um livro de sua autoria e de que estou gostando muito, cujo titulo é "Ética – Caminhos da realização humana". A dedicatória já é para te fazer pensar, e a transcrevo ipsis litteris: "Caro Tadeu. Diz Sto. Agostinho, o maior filosofo medieval / antigo 'Ama, et fac quo vis'".

Usando de meu latim do padre Ernesto e do Google, traduzi para "Ame e faça o que quiseres". Não é à toa que filosofia foi feita para pensadores e sábios. Uma pequena frase resumindo tanta coisa. Seu livro fala de moral, justiça e ética. Muito interessante ver como essas coisas se entrelaçam. Recomendo a leitura a todos, filósofos ou engenheiros. Muito legal.