quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Paris, Paris.

Fomos com Laura e Ze levar os netos para a Euro Disney. Nos hospedamos no Hotel Hollyday Inn em Notre Dame na Danton 4, no Bairro Saint German. Coração de Paris. Em uma semana, me sentia um parisiense, tá certo que totalmente perdido. Cada vez que tinha que voltar para o hotel, ou achava o Senna primeiro, ou tinha que perguntar como. Quem esta acostumado com Corumbá que é um tabuleiro de xadrez, com todas as ruas paralelas e na direção norte sul ou leste oeste, não vai se encontrar nunca num lugar daqueles, onde vc precisa de bússola, ou melhor ainda, um gps para você andar por lá. Laura tinha um no celular. Mas foi muito legal, principalmente os apuros com a língua e as coincidências.
Já na viagem daqui, na disputa dos lugares no avião, fui na fileira do meio com Rafael de um lado e Thiago do outro. Depois de umas 100 piadas, resolvemos dormir. Eles, porque eu fiquei de travesseiro dos dois. Mas antes, na janta, a aeromoça era uma coreana, estávamos viajando pela Singapura air lines, o inglês dela, mais o meu, adicionado a minha surdez, comi o que ela quis, pois fiquei com medo, de na nossa conversa, ela entender que não queria jantar. No final ela me perguntou se eu queria "iii". Quando disse "i what?", veio o chá e eu queria café. Apesar de ter que agüentar a gozação, dai para frente deixei o Rafael pedir por mim. Ele estava se virando muito melhor com seus ouvidos e seu inglês e eu não queria mais pedir porco e comer frango. Achei um absurdo uma companhia chic dessas, decolando do Brasil, não ter aeromoças que falem ou português ou espanhol. O inglês delas é para quem fez escola em Singapura. Isso serviu para me traumatizar definitivamente e em Paris só falávamos espanhol ou português, e ficamos impressionados com a quantidade de vendedores estudiosos da nossa língua. Preferíamos nos comunicar, com eles falando português e espanhol tudo errado do que nós assassinando o francês ou inglês. O lance engraçado aconteceu quando fui comprar meu barbeador Philips com limpeza automática. Era uma loja especializada da Philips, mas dessas pequenas. Tinha duas pessoas atendendo, um senhor de 50 anos, que devia ser o proprietário e um rapaz de 20. Na primeira pergunta de "Ablas espanhol ou Português", o rapaz, timidamente balançou a cabeça dizendo que sim, no começo, e depois com a mão, tocou pandeiro, indicando o mais ou menos na linguagem universal. Estávamos indo bem, com ele baixando todos os modelos da prateleira. Quando fechamos o negócio ele já estava bem mais solto com a língua, e nitidamente, gostando de mostrar ao seu chefe que conseguia atender a brasileiros e resolveu nos avisar que não poderíamos usar o aparelho ante de carregar a sua bateria por 8 horas. Foi aí que se deu a merda, literalmente. Ele se enrolou com um "chargar", e entendemos logo que ele estava afrancesando o "cargar" do espanhol. Foi quando o dono da loja resolveu mostrar seus profundos conhecimentos da língua espanhola e veio a seu socorro dizendo:

-Fulano, é cagar e não chargar, CAGAR, entendeu?

Virou para nós e socou um Pardon em francês. Não agüentei e disse ao rapaz que ele estava mais próximo da verdade que seu chefe. Realmente o chargar dele não era bom, mas bem melhor que o cagar do chefe. E para explicar o significado do cagar? Ficava meio de cócoras e com a mão fechada dava um soco meio para o lado. Como a coreografia não estava sendo bem entendida, tive que fazer a sonoplastia e descobri que todos fazem o mesmo barulho quando peidam. Entenderam na hora e foi uma risada só e o pardon dessa vez veio por outro motivo.

Igual a essa teve outras, mas com Bea. Fica para a próxima.